Pintor, gravador, cantor e compositor são facetas que o pernambucano Manezinho Araújo (1910-1993) assumiu ao longo da vida dele. Foi também dono do Cabeça Chata, restaurante que abriu em 1957, no Rio de Janeiro, onde morava na época. Os momentos da trajetória de Manezinho são lembrados na exposição Ladrão de purezas(título de disco em sua homenagem gravado por Geraldo Maia), em cartaz na galeria do Sesc Casa Amarela. A mostra é inaugurada nesta quinta-feira (19/3).
"A fundação dele no Rio de Janeiro tem 500 obras, mas na terra natal de Manezinho ele é pouquíssimo conhecido. Pensamos em fazer esta exposição também como homenagem a ele e reunimos estas gravuras. Fizemos um pequeno recorte de 50 obras", afirma Fabiana Rocha, coordenadora do Sesc Casa Amarela.
Um tom de azul forte como alguns dos que aparecem nas obras de Manezinho foi escolhido para colorir uma das paredes da galeria. O amarelo e o vermelho também são bastante presentes. Com muito colorido e linhas definidas, ele criava paisagens rurais, com seus morros e pequenas casas, ou cenas do litoral, com barcos na água. Manezinho também pintou os balões de São João, além de cenas como a de uma feira livre, na qual as frutas amarelas contrastam com o azul do fundo da cena, ou uma fachada com portas contornadas de vermelho, ao lado das quais se destacam pequenas gaiolas brancas.
Em uma pequena mesa, a exposição também apresenta alguns discos de Manezinho, folhas do cardápio do restaurante Cabeça Chata e catálogos de outras exposições.