O Museu de Arte Moderna Aloisio Magalhães (Mamam) inaugura nesta terça-feira (18/8) duas mostras. A primeira, inédita no Recife e formada por obras de 29 artistas, é a Moderna pra Sempre - Fotografia Modernista na Coleção Itaú Cultural. Na segunda, intitulada Inimigos, são exibidos ao público dez desenhos da série homônima feita por Gil Vicente e adquirida pelo Mamam através do Prêmio de Artes PlásticasMarcantonio Vilaça/Fundação Nacional de Artes (Funarte).
Moderna para Sempre é formada por obras produzidas no período que vai dos anos 1940 até a década de 1970, por fotógrafos como Ademar Manarini, Geraldo de Barros, German Lorca, José Yalenti, Marcel Giró e Paulo Pires.
"A cada cidade, ela muda completamente. Em alguns lugares cabiam umas 80 fotos, em outros 100. Aqui cabem 130. Estamos respeitando as características modernistas no jogo da montagem. A forma tem uma importância nestas fotografias, não maior que o conteúdo, mas substancial. Do mesmo jeito que é substancial na foto, daquele quadro para dentro, é substancial do quadro afora, nos conjuntos que criamos, no modo de brincar com as formas na montagem", afirma o fotógrafo Iatã Cannabrava, curador da exposição.
A coleção tem, até o momento, 138 obras. Aquisições recentes, como cinco fotos de José Oiticica Filho, serão exibidas no Recife, assim como a obra Bailarina do Balé da Juventude UNE, Rio de Janeiro - RJ (1947), de Thomaz Farkas, exposta pela primeira vez fora do instituto paulista.
"Esses fotógrafos foram influenciados por movimentos de outros países, mas criaram algo com muita força aqui mesmo. Os fotoclubes rediscutiram uma linguagem para a fotografia e encontram um caminho próprio para a fotografia brasileira naquele momento que basicamente está na desconstrução do referente. São como telas nas quais as escadas não são escadas, a arquitetura não é arquitetura, tudo participa de uma discussão da forma. Eles rompem o formalismo, a fotografia que era tida como um documento ou pictorial imitando o que se fazia na pintura", opina o curador.
Antes da abertura, às 18h30, Iatã e o curador e pesquisador Moacir dos Anjos, da Fundação Joaquim Nabuco, participam de um bate-papo no auditório sobre o tema Outras Modernidades. "Vamos falar sobre que sentido tem e de onde vem essa modernidade. No que ela culmina e o que a gente aprende com isso", conclui Iatã.
O texto completo está no Caderno C desta terça-feira (18/8), no Jornal do Commercio.