O empoderamento feminino transcenderá o line-up do Abril pro Rock 2019 e será tema principal na 8º Mostra Pôster Arte Designer. O evento, que marca a abertura do festival, expõe cerca de 50 peças, entre xilogravuras, cartazes, flyers e pinturas, inspiradas ou criadas por designers mulheres.
A abertura oficial acontece amanhã, às 19h, com coquetel para convidados, e ficará disponível até 31 de maio no Centro Cultural dos Correios, com entrada gratuita.
A mostra é um passeio histórico pelas representações visuais da mulher na comunicação, particularmente, da música. As peças expostas, segundo o curador Paulo André Moraes, vão “desde uma xilogravura de Carmem Miranda, assinada por Jota Borges, até o cartaz de uma banda de heavy metal brasileira dos anos 80”.
Além desses exemplos, produções mais recentes figuram na exposição. Por exemplo, trabalhos de artistas como Ianah Maia, criadora da arte do Abril pro Rock na edição passada, foram contemplados pela curadoria.
Paulo também destaca que as peças não possuem limites em relação a gêneros musicais, indo do undergound ao mainstream da cultura pop. “O rock é, no máximo, metade da exposição”.
A ideia da mostra surgiu, conta ele, em consonância com a decisão curatorial do festival de realizar uma noite de shows liderada por mulheres. “Quando surgiu a possibilidade de termos a Pussy Riot no line-up, eu percebi que era uma grande oportunidade de fincarmos uma bandeira importante de resistência, principalmente nesse momento que vivemos com números alarmantes de feminicídios” conta.
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A noite em questão acontecerá no dia 19 de abril, e trará para o palco desta edição do Abril pro Rock atrações como as ativistas russas da Pussy Riot, a carioca Letrux, as paraibanas do Sinta A Liga Crew e as pernambucanas do Arrete e 808 Crew. Além delas, também foram confirmados mais dois nomes: Beth de Oxum e o seu Côco de Umbigada e as natalenses do Demônia.
ACERVO
No ano passado, o tema da mostra foi voltado para o universo do metal e do punk rock, dando ênfase à cena underground de Pernambuco. Nesta edição, a mudança, além de temática, precisou ser estrutural.
Sem patrocínios e parcerias, todo o acervo exposto, por exemplo, pertence a coleção do próprio curador.
Essa “veia de colecionador”, como nomeia Paulo, surge de uma preocupação com a preservação da memória – temática tão presente na exposição.
“Eu comecei a notar que a divulgação de shows e espetáculos estão sendo realizadas, em sua maioria, no campo digital, e não mais por panfletos” conta, Paulo, que reafirma ainda a importância da mostra na conservação de xilogravuras, cartazes, flyers e pinturas, sejam elas de caráter artístico ou de divulgação.