Karyna Maranhão é um dínamo. Uma vez empenhada em alguma missão não se deve esperar dela menos que dedicação total, e uma confessada tendência ao perfeccionismo. A temporada passada à frente do próprio restaurante, o Jalan Jalan, que funcionou em Boa Viagem entre 2009 e 2013, foi seu cartão de visitas. “No final, prometi a mim mesma jamais abrir outro negócio do gênero, pois o horário extensivo de funcionamento daquele tipo de casa acabava por afetar minha vida pessoal”, rememora.
A promessa foi quebrada há pouco mais de dois meses, quando Karyna inaugurou o KM, misto de café e bistrô, também em Boa Viagem. As duas letras, iniciais do seu nome, estão por toda parte: impressas nos pães, polvilhadas em açúcar por cima da sobremesa, estampada em barras de chocolate.
Com a bagagem acumulada em diversas consultorias prestadas após a dissolução do seu negócio, Karyna soube decidir qual tipo de formato se encaixaria melhor em seu estilo de vida. A resposta foi esta operação. É um café porque – além da bebida oferecida com destaque – pressupõe servir comidinhas para horários flexíveis; e é bistrô porque Karyna não consegue dar freio à sua veia criativa, e empreendedora. Sem abrir até tarde da noite, maneja, assim, contemplar desjejum, lanche, almoço e jantar cedo.
Aos sábados e domingos, a partir das 8h, o café da manhã caprichado oferece opções como salada de frutas com granola artesanal e mel orgânico, panquecas de aveia, banana, mel e canela (R$ 10), ou, ainda, no estilo americano, com bacon e mel (R$ 13). Tapiocas, crepiocas, pães artesanais, geleias, iogurtes e mingaus também fazem parte do menu.
Karyna constatou, após sua experiência como consultora, que muito raramente o padrão por ela implantado e as diretrizes traçadas eram respeitadas em sua integridade quando ela dava por concluído seu trabalho no local. Isso explica, também, a necessidade de ela distribuir suas iniciais por todos os produtos lá confeccionados, a partir do zero. “É uma maneira de assumir responsabilidade por todo o processo. Nenhum ingrediente é mudado, nenhuma receita é alterada sem meu consentimento. Dessa forma, consigo imprimir o padrão que desejo”, explica
VERSATILIDADE
Não parece haver fronteiras que impeçam a penetração da marca KM. Na seara vegana, por exemplo, ela também dá seus pulinhos, na produção de bolos, que não utilizam produtos derivados de animais, e até uma moqueca vegana (R$ 34), feita com palmito e cogumelos frescos, acompanhada de arroz integral no coco e farofinha fit. “Vou aproveitar uma viagem de lazer à Califórnia para fazer um curso de dez dias e me aprofundar no segmento”, declara.
A moqueca se encaixa na categoria FIT (as almôndegas com molho de tomate da casa e espaguete de legumes – R$ 30 – são, igualmente, uma boa sugestão), mas o KM também tem muitas gostosuras para quem prefere a linha FAT (uma brincadeira que a sua criadora fez, consciente de que há hora para tudo: para se deliciar e também para moderar nas escolhas).
Neste capítulo figuram o ravióli aberto de camarão, com molho bechamel e tomate rústico (R$ 34) e o filé em crosta crocante de Prima Donna com arroz de amêndoas. No quesito sobremesa, o cardápio também segue a lógica dualista de calorias. O waffle doce (R$ 20) vem sem glúten e lactose, com direito a brigadeiro de Whey e sorvete artesanal. Já a nuvem de açúcar (R$ 18) abraça o outro público, acompanhado de sorvete de queijo e calda de caramelo de baunilha.
“Tudo no KM tem uma história para contar. Busquei inspirações para criar o menu e tentar agradar a vários públicos. Pensei até nos PETs, com direito a biscoitos para quem quiser trazê-los para aproveitar nossa área externa”, explica Karyna.
Café KM – Av. Conselheiro Aguiar, nº 1360, Galeria Centro Sul. De segunda a sexta, das 12h às 20h. Sábado, das 8h às 18h. Domingos, das 8h às 16h. Informações: 99465-5531