Há algo de curioso nos programas infantis de grande sucesso: eles (em alguns casos, infelizmente) têm prazo de validade, pelo menos deixam de fazer parte das grades de programação gradativamente. O que fazia sucesso na década de 1980 não é conhecido pelos jovens de hoje. No entanto, podemos ter uma certeza, bons shows conseguem cativar públicos de diferentes gerações. Pelo menos, é essa a lição do filme Os muppets, em cartaz a partir de hoje na cidade. Boas histórias e personagens extremamente carismáticos se perpetuam e ainda são motivos de risadas. Miss Piggy está afiada como nunca!
Um projeto pessoal do ator, comediante e roteirista Jason Segel, Os muppets se apoia no passado para se lançar ao futuro. Para quem acompanhava o The Muppets Show, nas décadas de 1970 e 1980, o programa Muppets Tonight, lançado em 1996, e assistiu aos seis filmes da série, a produção lançada em 2011 pela Disney, dez anos após a morte do criador Jim Henson, e dirigida pelo estreante em longas-metragens James Bobin é uma divertida volta ao tempo. Além da (boa) nostalgia, há o interesse em despertar o interesse de novos espectadores.
Os muppets fala justamente sobre o esquecimento. Depois de estrelarem programas televisivos cada personagem vive esquecido após o fim da série. Uns melhores do que os outros é bem verdade. Enquanto Caco, o sapo mora em Los Angeles, Miss Piggy é uma executiva da Revista Vogue em Paris. Fozzie toca em uma banda fajuta, Gonzo é um magnata no setor de privadas. E todos se unem aos demais muppets em torno de um mesmo interesse: arrecadar dinheiro para que os Estúdios Muppets em LA não sejam destruídos, afinal quem ainda se lembra dos personagens?
A resposta é simples, os irmãos Walter e Gary, o último interpretado pelo próprio Jason Segel. Os dois se juntam aos Muppets e fazem com que eles sejam novamente reconhecidos. Nada de muito diferente do que aconteceu com o roteirista. Quando estava procurando uma produtora para o projeto, Segel (Marshall do seriado How i met your mother) escutou vários “nãos”, muitos acreditavam que os muppets estavam mortos e a obra não faria sentido dentro dos padrões mercadológicos de hoje. Estavam enganados. A produção ocupa o segundo lugar nas bilheterias os Estados Unidos, perdendo apenas para o sucesso vampiresco e sem sal de Amanhecer: parte 1.
Leia mais sobre o filme Os muppets no JC desta sexta-feira, no Caderno C