Ela foi o anjo do sexo com que todos os homens sonharam, uma deusa do cinema e o maior ícone feminino do século 20. Mas a imagem que o mundo tinha dela e sua vida interior até hoje parecem pertencer a duas pessoas diferentes. Dividida, quebrada como um espelho, sua persona nunca foi refletida com inteireza.
Pela primeira vez, a partir das próprias palavras, em mensagens escritas pelo próprio punho ou em cartas datilografadas, percebemos a voz de Marilyn Monroe ao falar dos demônios, medos e receios que a atormentaram em sua curta vida – de criança, menina, mulher e femme fatale, que de fatal – para ela mesma – só tinha a sensibilidade e a inteligência.
Esqueça as fofocas das colunas que a tratavam como loura burra, relatavam seus problemas para cumprir horários ou decorar diálogos de obras-primas como Torrentes de paixão (Niagara, 1953), de Henry Hathaway, ou Quanto mais quente melhor (Some like it hot, 1959), de Billy Wilder.
A revelação da outra Marilyn, que o mundo e os fãs quase não tiveram acesso, está viva em carne e espírito em Fragmentos (Editora Tordesilhas, 272 páginas, R$ 42,63), uma coleção de poemas, anotações íntimas e cartas que a atriz, morta aos 36 anos, em 1962, deixou como herança para o amigo Lee Strasberg, seu professor de interpretação no Actor’s Studio, em Nova Iorque.
Leia a matéria completa na edição desta quarta-feira (28/12), no Caderno C, do Jornal do Commercio