CINEMA

Quentin Tarantino vai ao Velho Oeste com Django livre

Filme homenageia clássico do western spaghetti italiano

Ernesto Barros
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Ernesto Barros
Publicado em 17/06/2012 às 6:00
Sony Pictures/Divulgação
Filme homenageia clássico do western spaghetti italiano - FOTO: Sony Pictures/Divulgação
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Desde o Festival de Cannes deste ano, quando o produtor Harvey Weinstein convidou um seleto grupo de críticos para uma espiada em 20 minutos do filme, até a liberação do seu primeiro trailer, ninguém está a salvo do Django livre (Django unchained, 2012), o mais novo longa-metragem de Quentin Tarantino. Com estreia marcada para o dia de Natal nos Estados Unidos e Canadá, o filme é um dos fortes candidatos na corrida para o Oscar 2013. No Brasil, a estreia também já está assegurada: dia 13 de janeiro do próximo ano.



Em Django livre, Tarantino ambienta seu filme pouco antes do fim da Guerra da Secessão. Aqui, Django (Fox) se junta a um caçador de recompensas, o alemão Dr. King Schultz (Christopher Waltz), para resgatar Broomhilda (Kerry Washington), a mulher que ele perdeu para o tráfico de escravos. Ao final da jornada, eles acabam encontrando Calvin Candie (Leonardo DiCaprio), o proprietário de uma fazenda onde os escravos se digladiam entre si por esporte. Como dá para antever no trailer, as liberdades de Tarantino são muitas, inclusive na trilha sonora, que traz clássicos da soul music na voz de James Brown. Na verdade, as trilhas dos filmes de Tarantino merecem um estudo à parte em sua relação tempo-espaço com as canções.

Uma das cenas mais fortes de Cães de aluguel, primeiro longa de Tarantino, é uma citação direta ao faroeste spaghetti Django (1966), de Sergio Corbucci, o outro Sergio que fez a glória do contrafação italiana do gênero por excelência do cinema americano. A sequência em que Mr. Blonde (Michael Madsen) decepa a orelha de um policial amarrado numa cadeira foi tirada de Django, quando o general mexicano Hugo Rodriguez (José Bódalo) corta a orelha do irmão Jonathan (Mario Pernice), um assecla do fascista Major Jackson (Eduardo Fajardo). Apesar de não ser tão conhecido quanto Sergio Leone, o operístico autor da “trilogia dos dólares”, protagonizada por Clint Eastwood, Corbucci contribui muito para a penetração internacional dos westerns made in Italy na década de 1960.



Ao todo, estima-se que foram produzidos cerca de 600 longas-metragens, que aproveitaram a fama do gênero americano e chegaram a ser exportados para todo o mundo. Quase sempre dublados em inglês, com atores e diretores usando pseudônimos, os filmes se caracterizam pela brutalidade e extremo realismo da cenas de violência. Ainda hoje, cerca de um décimo dessa produção circula no mercado de vídeo, com maior destaque para os filmes de Sergio Leone, entre eles Por um punhado de dólares, Por alguns dólares a mais, Três homens conflito e Era uma vez no Oeste.



Apesar de Leone haver ficado um solitário no panteão dos diretores, outros artesãos fizeram seu nome a partir do western spaghetti, entre eles Sergio Corbucci (Django, O vingador silencioso), Sergio Sollima (O dia da vingança, Quando os brutos se defrontam), Ducio Tessari (O dólar furado), Damiano Damiani (Uma bala para o general), Giulio Petroni (A morte anda a cavalo), Tonino Valerii (O dia da ira) e Gianfranco Parolini (Sabata).



Leia a reportagem completa na edição deste domingo (17/06) no Caderno C, do Jornal do Commercio.

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