Enquanto o mundo do audiovisual acompanhava nos últimos anos um boom de produções que revisitavam o tema vampirismo, o cineasta americano Tim Burton, muito afeito aos temas sórdidos, parecia que iria passar incólume sobre o assunto. Parecia. A impressão ao assistirmos a seu mais recente longa-metragem, Sombras da noite, que estreia esta sexta-feira (22/6) nos cinemas, é que ele estava apenas observando e pensando qual seria sua cartada. E acertou em cheio, como um mestre.
O filme, que mistura os gêneros horror e comédia e é talvez o mais engraçado de Burton, esconde por trás de uma suposta trama simples uma complexidade de referências à própria obra do diretor e ao cinema como um todo.
Após um prólogo de tirar o fôlego, passado no século 18, no qual conhecemos os personagens mais antigos, a história dá um salto para os anos 1970, onde veremos as consequências da ação anterior. Basicamente, a paixão obsessiva de uma mulher afeita à magia negra (papel de Eva Green) pelo herdeiro (Johnny Depp) de uma família milionária no Estado do Maine (EUA) lança uma maldição que o transforma em uma aberração e destrói seus descendentes ao longo dos séculos.
Burton provoca em cena um verdadeiro desfile de atrizes com belezas peculiares, da veterana Michelle Pfeiffer, passando por Eva e Helena, às ascendentes Bella Heathcote e Chloë Grace Moretz. Vale mencionar ainda a participação generosa do metaleiro Alice Cooper e de sua banda, parte de uma trilha sonora magistral comandada por Danny Elfman e que merece ser ouvida à parte.
Leia mais na edição desta sexta-feira (22/6) do Caderno C do Jornal do Commercio.