CRÍTICA

A sinfonia da destruição de Michael Bay em Transformers 4

Filme já está em cartaz no Recife e vem batendo recordes de bilheteria em todo o mundo

Ernesto Barros
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Ernesto Barros
Publicado em 09/07/2014 às 6:00
Paramount Pictures/Divulgação
Filme já está em cartaz no Recife e vem batendo recordes de bilheteria em todo o mundo - FOTO: Paramount Pictures/Divulgação
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Se tem alguém que não gostou nem um pouco da movimentação da Copa do Mundo no Brasil é o cineasta americano Michael Bay. Enquanto a bola rola no País do futebol, o novo filme da franquia Transformers quebra recordes e mais recordes mundo afora. Aqui no Brasil, Transformers 4 – A era da extinção está há uma semana em pré-lançamento, ganhando o circuito de mansinho até a estreia oficial, na próxima quinta-feira, dia 17.


A essa altura da Copa, agora na reta final, os fãs mais ardorosos da série em que carros velozes e caminhões trucados se transformam em robôs super-gigantes já viram o filme. Talvez não mais de uma vez, porque aí já é caso para internamento ou uma ida ao otorrino. Com 2h45 minutos de duração e um barulho infernal de explosões e sons de ferros retorcidos, Transformers 4 é um teste de paciência e tanto.

Obviamente, não há como torcer o nariz para o filme. Afinal, deve existir algo realmente interessante e sedutor para a plateia que, em todo mundo, corre para ver a franquia desde o seu primeiro capítulo, em 2007. Agora, o que se passou com os personagens humanos nos três primeiros filmes foi deixado pra trás. De certa maneira, isso não parece importar muito.

O que importa mesmo é que os carros-robôs estão de volta em roupagem mais vistosa e ainda maiores, graças às gravações com as novas câmeras Imax 3D. Menor e mais leve, a câmera foi utilizada pela primeira vez pelo diretor Michael Bay. Nas telas gigantes das salas Imax, os robôs ficam do tamanho da parede. Assim, os fãs da série – geralmente meninos e jovens adultos que cresceram ganhando os brinquedos da Hasbro, uma das produtoras do filme ao lado da Paramount Pictures – vibram mesmo é com as lutas entre Autobots (o bem) e Decepticons (o mal).

Como o autobot Optimus Prime diz, mais de uma vez, os robôs também têm alma, assim como os humanos. Pela quarta vez, então, Optimus Prime se une aos humanos para defender a Terra. Transformers 4 começa em Chicago, com a cidade ainda com sinais da destruição deixada no filme anterior. Mas o reboot da franquia tem seu início para valer com a entrada em cena dos novos personagens humanos. O novo núcleo principal é formado pelo inventor Cade Yager (Mark Wahlberg), a adolescente Tessa (Nicola Peltz), filha do inventor, e o piloto de corridas Shane (Jack Reynor), namorado de Tessa.

No meio do nada, no vasto Estado do Texas, Yager visita um velho cinema abandonado, agora transformado em depósito, e compra um caminhão estropiado. O velho projecionista diz que o cinema se perdeu em continuações e refilmagens, certamente um mea-culpa do roteirista Ehren Kruger. Apesar de estar sem grana e devendo aluguel, Yager tem uma surpresa quando liga o caminhão e ele se transforma em Optimus Prime.

A volta à vida do robô é como um pavio que acende uma bomba: o diretor da CIA Harold Attinger (Kelsey Grammer) manda seu principal agente (Titus Welliver) em busca dos sinais de Optimus Prime e de quem está com ele. Paralelamente, uma cientista (Sophia Myles) ligada ao governo encontra um metal alienígena, numa expedição no Ártico, que será trabalhado pela empresa de tecnologia KSI, de Joshua Joyce (Stanley Tucci), um vilão que funciona como alívio cômico.

A cada meia hora, mais ou menos, o filme vai ficando mais confuso, já que novos personagens vão entrando em cena, como o autobot Lockdown. Ele comanda uma estação espacial e a principal vítima é a cidade de Hong Kong. Talvez a sequência mais absurda de todo o filme – absurda de tão bem realizada, diga-se – é quando a estação se transforma em imã gigante e vai puxando o que vê pela frente, como robôs, carros e até um navio. Depois, tudo o que foi atraído desce e se espatifa no chão. Essa sequência, queira ou não, parece dar ao filme seu real significado. Para além de sua trama confusa e personagens unidimensionais, Michael Bay capricha em sua sinfonia da destruição, que não respeita qualquer tipo de lógica.

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