CINEMA

Biografia do mago Paulo Coelho abre Festival de Paulínia

Filme estreia nacionalmente em agosto próximo

Ernesto Barros
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Ernesto Barros
Publicado em 24/07/2014 às 11:17
Sony Pictures/Divulgação
Filme estreia nacionalmente em agosto próximo - FOTO: Sony Pictures/Divulgação
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Ele é o autor vivo mais traduzido no mundo depois de Shakespeare. Esse letreiro aparece nos finais dos créditos de Não pare na pista: A melhor história de Paulo Coelho, a cinebiografia do famoso escritor que foi exibida na abertura do Paulínia Filme Festival, na noite da última terça-feira (22/7). O autor de O alquimista, que já vendeu 168 milhões de livros em todo o mundo, não estava presente na sessão do filme.

O teatro Paulo Gracindo, sede do festival, ficou lotado. Os convidados estrangeiros, entre os quais o atores americanos Danny Glover e Michael Madsen, a atriz inglesa Jacqueline Bisset e o diretor americano Abel Ferrara não ficaram para ver o filme. Explica-se: apesar da recente internacionalização do festival, não tinha legendas em inglês. Além disso, a cerimônia de abertura foi excessiva e a sessão só começou por volta das 23h. Do lado brasileiro, estavam presentes os atores José de Abreu, Paulo Betti e Carlos Alberto Ricceli. O cantor Martinho da Vila também.

Não pare na pista: A melhor história de Paulo Coelho é um projeto pessoal da roteirista e produtora Carolina Kotscho. Ela ouviu a história da boca do próprio escritor e escreveu o roteiro, que tem a mesma desenvoltura do seu trabalho em 2 filhos de Francisco. Para dar conta da longa e complexa trajetória de vida de seu personagem, ela estruturou o filme em três tempos que se entrecruzam: a juventude no Rio de Janeiro, a famosa viagem pelo Caminho de Santiago de Compostela e o tempo atual, marcado pelos 25 anos da publicação de O alquimista durante um evento na Espanha.

Dirigido por Daniel Augusto, estreante em longas, o filme tenta captar a personalidade inquieta de Paulo Coelho. Em cada época, um letreiro desnecessário entra na tela para situar o espectador. Nos anos 1960, o adolescente Paulo, que se acha feio e não aceita o rigor do pai, acaba sendo internado duas vezes em instituições psiquiátricas, numa das quais é tratado com eletrochoques. Na próxima década, conhece o cantor Raul Seixas e faz uma parceira em músicas que se tornaram clássicos da contracultura brasileira. Vários fatos da vida, além do envolvimento com drogas e mulheres, se misturam à dupla viagem pelas estradas espanholas.

Apesar de atravancado pela mistura de tempos, o filme consegue avançar e apresentar um retrato realista de Paulo Coelho, sem querer apresentá-lo com excessiva simpatia. O grande destaque fica por conta da dupla de atores que interpreta o escritor em todas as suas fases. Os irmãos gaúchos Ravel e Júlio Andrade se entregam com igual dedicação ao personagem. Só na parte em que Júlio recebe um pesada maquiagem é que o filme incomoda. Isso, aliado à falta de sutileza na maioria das cenas (ainda mais over por causa da edição de som), acaba prejudicando o filme como um todo.

Por ser coproduzido com a Espanha, ao custo de R$ 12,5 milhões, Não pare na pista: A melhor história de Paulo Coelho tem técnicos e atores do País. Nancho Novo e Paz Vega (de Lucía e o sexo) fazem dois papéis importantes. Jay (Novo) é o mestre que o discípulo Paulo Coelho escolhe em sua primeira viagem. E Luísa (Paz), a bonita espanhola por quem Paulo se apaixona nos anos 1970. O filme estreia no circuito nacional em 14 de agosto.

O repórter viajou a convite da organização do festival

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