CRÍTICA

Drácula volta repaginado em nova produção da Universal

Filme, que estreia nesta quinta (23/10), volta-se para as origens do personagem

Ernesto Barros
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Ernesto Barros
Publicado em 23/10/2014 às 6:00
Universal Pictures/Divulgação
Filme, que estreia nesta quinta (23/10), volta-se para as origens do personagem - FOTO: Universal Pictures/Divulgação
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O conde Drácula deve se revirar no caixão cada vez que cineastas sem noção resolvem mexer em seu legado de sangue. Em Drácula - A história nunca contada, que estreia hoje em circuito nacional, o clássico de Bram Stoker é deixado de lado para se contar as origens do personagem.

Em 1992, no classudo Drácula de Bram Stoker, Francis Ford Coppola foi bem mais feliz: criou um prólogo, usando sombras recortadas, em que situa historicamente o que aconteceu entre o príncipe Vlad e seus algozes turcos.

A trama concebida pela dupla de roteiristas Matt Sazona e Burk Sharpless até que não é de todo mal. O problema é que seu desenvolvimento tem pouco alcance. Em pouco mais de meia hora, o filme já disse tudo o que tinha para dizer. Nesse curto período de tempo, o diretor estreante Gary Shore usa basicamente luzes e sombras para introduzir o dilema do príncipe Vlad (Luke Evans, de O hobbit).

Como prometeu à mulher (Sarah Gadon), ele não deixará que o filho (Art Parkinson) sofra o mesmo que ele padeceu quando criança: foi entregue pelo pai para crescer como soldado escravizado pelos turcos. Mas, como manda a história, o herdeiro do Império Otomano, o sultão Mehmed III (Dominic Cooper, ruim como vilão) exige de Vlad mil crianças, incluindo o filho.

Com o passado de soldado impiedoso - seu alcunha de O Impalador diz o quanto era sanguinário –, Vlad entrega a alma a uma entidade maligna que vive num caverna da Transilvânia. Obrigado a tomar o sangue de um velho vampiro (um irreconhecível Charles Dance), o príncipe ganha poderes hercúleos por três dias. Se conseguir passar estes dias sem beber sangue, voltará ao normal.

Com essa ideia frouxa e ridícula, o interesse pela história desce ladeira abaixo, na mesma proporção que o diretor Gary Shore se compraz em fazer mais um filme de aventura atulhado de efeitos especiais em que Vlad se transforma numa nuvem de morcegos e vence milhares de turcos em batalhas intermináveis.

Apesar de produzido pela Universal, um estúdio com tradição no gênero terror, e dirigido por um diretor inglês, Drácula – A história nunca contada é uma grande decepção para os fãs do personagem. Mas fará sucesso de bilheteria e de público. Tenham certeza.

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