CINEMA

Uma odisseia para além das galáxias em Interestelar

Novo filme de Christopher Nolan tem estreia mundial nesta quinta-feira (06/11)

Ernesto Barros
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Ernesto Barros
Publicado em 06/11/2014 às 6:00
Warner Bros./Divulgação
Novo filme de Christopher Nolan tem estreia mundial nesta quinta-feira (06/11) - FOTO: Warner Bros./Divulgação
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Um dos mais bem guardados segredos de Hollywood dos últimos 10 anos, a ficção-científica Interestelar reuniu a Paramount Pictures e a Warner Bros. para chegar às telas dos cinemas. Os dois estúdios investiram cerca de US$ 165 milhões – cerca de R$ 414 milhões – para colocar em pé o sonho do diretor inglês Christopher Nolan em fazer um filme que se comparasse ao clássico 2001: Uma odisseia no espaço, de Stanley Kubrick. Interestelar estreia simultaneamente nesta quinta-feira (06/11) no Brasil e em vários países do mundo – da América Latina à Europa, da Ásia à África.



Diante de tanta espera, as expectativas em torno do novo do filme de Christopher Nolan, que ganhou notoriedade ao trazer motivações éticas e questões políticas ao universo dos super-heróis – exemplificada na trilogia do personagem Batman –, até que foram satisfatórias. Obviamente, só não espere um filme com o mesmo impacto visual ou ambição metafísica de 2001, que continua um marco absoluto na história do cinema.

O que conta a favor de Christopher Nolan é que, na Hollywood atual – voltada exclusivamente para o entretenimento infantojuvenil –, seus filmes estão um degrau a mais em relação a maioria, embora ainda sejam produtos industrializados como tantos outros. Interestelar não é, por exemplo, um filme de ação ininterrupta que tem como pano de fundo uma batalha entre o bem e o mal. Nolan quer mais do que isso.

Apesar de servir para explicitar ideias complexas – como a teoria da relatividade, buracos negros e campos gravitacionais, temas estudados por físicos nas universidades –, Interstelar se fundamenta a partir das relações humanas. Em termos de enredo, o filme é centrado na história de um ex-astronauta viúvo e seu casal de filhos, especialmente sua ligação com filha, uma menina de 9 anos, que não aceita a arriscada decisão do pai em participar de uma missão quase impossível para salvar a humanidade.

Com sempre, Nolan recrutou atores conhecidos e em alta, como também alguns que já são figurinhas carimbadas dos seus filmes, entre eles Matthew McConaughey, Anne Hathaway, Jessica Chastain, Matt Damon e o veterano Michael Caine, que trabalha com o diretor pela sexta vez. A presença desse elenco forte, em personagens bem desenvolvidos, equilibra o filme e evita que fique escravizado aos efeitos especiais.

Na primeira parte do filme, programas de TV mostram idosos falando do passado, enquanto fazendeiros lutam para manter plantações e contra tempestades de areia ininterruptas. Aos poucos, percebe-se que recursos exauridos e mudanças climáticas selaram o fim da humanidade. É aí que entra em cena um funcionário da Nasa, Dr. Brand (Caine), que convida o agora fazendeiro Cooper (McConaughey) para pilotar uma nave em direção a novas galáxias.

A trama se desenvolve com engenhosidade, com toques de humor, suspense e melodrama. Algumas ideias de Nolan ficam no limite entre o ridículo e o sublime, mas o cineasta acaba se salvando e fazendo de Interestelar um bom filme. A longa duração, beirando as 3h, chega a ser excessiva e bem que poderia ser menor. Para quem deseja ver o filme nas condições em que foi pensado, o indicado é assisti-lo nas salas Imax, sistema em que foi parcialmente filmado.

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