CRÍTICA

Francês Patrice Leconte dá sua versão da paixão amorosa em Uma promessa

Filme, em cartaz no Moviemax Rosa e Silva, é adaptado de um original do escritor alemão Stefan Zweig

Ernesto Barros
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Ernesto Barros
Publicado em 20/11/2014 às 6:00
Europa Filmes-Mares Filmes/Divulgação
Filme, em cartaz no Moviemax Rosa e Silva, é adaptado de um original do escritor alemão Stefan Zweig - FOTO: Europa Filmes-Mares Filmes/Divulgação
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Dono de uma filmografia com mais de 30 títulos e um certo sucesso de crítica na década de 1990 – quando dirigiu o premiado Caindo no ridículo –, o cineasta francês Patrice Leconte vem amargando mais baixos do que altos desde então. Seu filme mais recente, o drama romântico Uma promessa, que estreia nesta quinta-feira (20/11) no Moviemax Rosa e Silva, relembra um pouco os seus melhores anos.

A princípio, Leconte tinha tudo para fazer um filme acima da média: encontrou um original do escritor Stefan Zweig, publicado postumamente, que conta a história de uma triângulo amoroso ambientado nos anos que antecedem a eclosão da Primeira Guerra Mundial, na Alemanha. Autor sempre presente no cinema, Zweig já foi adaptado por Wes Anderson (O Grande Hotel Budapeste) e Max Ophüls (Carta de uma desconhecida). 

Para os brasileiros, ele é mais lembrado pelo livro Brasil: País do futuro e por ter cometido suicídio, ao lado da mulher, em Petrópolis, no início de 1942. 

No caso de Uma promessa, a consumação do ato amoroso fica em suspenso por questões éticas e de respeito. Friedrich (Richard Madden), jovem funcionário de uma siderúrgica, é contratado como secretário particular do patrão, o empresário Karl (Alan Rickman). Com a saúde abalada, Karl convida Friedrich para ocupar um quarto na mansão onde mora com Lotte (Rebecca Hall), sua jovem mulher, e Otto (Toby Murray), o filho pequeno. Apesar da distância social, Friedrich e Lotte se apaixonam sob o olhar silencioso de Karl. 

Talvez por excesso de respeito ao original de Zweig, Leconte desenvolve a história de forma fria, com a paixão entre o casal se assemelhando pouco mais do que uma admiração mútua. 

Rebeca Hall, dona de um imagem contida, está perfeita como a jovem que se casou com um homem mais velho por obra do acaso. Leconte explora com elegância e suavidade o seu perfil, por meio de closes do seu rosto e de sua nuca. Se Leconte se animasse mais um pouco, talvez Lotte se tornasse tão importante quanto as mulheres que ele retratou em O marido da cabeleireira e O perfume de Yvonne.

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