CRÍTICA

Liam Neeson resgata figura do detetive em Caçada mortal

Filme estreia nesta quinta-feira (4/11) em circuito nacional

Ernesto Barros
Cadastrado por
Ernesto Barros
Publicado em 04/12/2014 às 6:00
Foto: Divulgação
Filme estreia nesta quinta-feira (4/11) em circuito nacional - FOTO: Foto: Divulgação
Leitura:

Com formação no teatro clássico e alçado à estrela de cinema no começo dos anos 1990, o irlandês Liam Neeson é atualmente o mais badalado herói dos filmes de ação. Diferente do personagem indestrutível da franquia Busca implacável, cujo terceiro episódio estreia em janeiro do ano que vem, ele está de volta como uma figura clássica do cinema americano, o decaído e duro detetive particular (private eye).

Caçada mortal, que estreia hoje em circuito nacional, não faz feio se comparado aos clássicos do cinema noir dos anos 1940. Scott Frank, o diretor do filme, tem um passado dos mais interessantes como roteirista em Hollywood. Além de blockbusters recentes, como Wolverine: imortal, ele já adaptou Elmore Leonard – O nome do jogo eIrresistível paixão – e Philip K. Dick – Minority report – A nova lei. Agora, se inspira num original escrito por Lawrence Block, publicado em 1992, que tem como personagem o detetive particular Matt Scudder.

Apesar de ser um diretor bissexto, Frank sabe de tudo sobre literatura pulp e só por isso Caçada mortal é uma raridade na produção cinematográfica atual. Além do mais, o filme é barra pesada, brutal e dolorosamente cru ao retratar o submundo de Nova Iorque e os crimes de uma dupla de assassinos de mulheres. Esta é segunda vez que detetive Frank Scudder protagoniza uma de suas histórias no cinema. A primeira vez foi em Morrer mil vezes, em 1986, que é mais lembrado por ser o último longa-metragem dirigido por Hal Ashby.

A história tem início em 1991, quando Scudder ainda é um policial nova-iorquino. Sentado numa mesa de bar, ele testemunha a morte de um atendente e sai em perseguição a três homens, que são abatidos em plena luz do dia. A ação pula para 1999, com a internet dando os primeiros passos e sob a ameaça do bug do milênio. De aparência mais tranquila, Scudder conta, lá pelo meio do filme, que abandonou a polícia quando descobriu uma outra vítima do tiroteio.

Ex-alcoólatra, daqueles que dão palestres no AAA, o detetive particular, que não tem licença para trabalhar, é contratado para descobrir quem fez em pedaços a mulher de um traficante. Apesar de inicialmente aceitar o pagamento de Kenny Kristo (Dan Stevens, do seriado Downton Abbey), ele acaba desistindo. Depois, volta a investigação, quando descobre que o crime pode estar conectado a outros.

Em meio à investigação, Scudder ainda conhece TJ (Brian ‘Astro’ Bradley), um menino negro que já leu Dashiel Hammett e Raymond Chandler. Às vezes, o papo entre eles parece um tanto deslocado, mas não deixa de ser interessante. Deve ser mencionado, também, a excelente direção de fotografia do romeno Mihai Malaimare Jr., que foi descoberto por Francis Ford Coppola em Velha juventude.

Últimas notícias