Turbinado pelo Edital do Audiovisual/Funcultura – Lei 15.307, de 4 de junho de 2014 – e pelos recursos da Ancine – por meio do Programa Brasil de Todas as Telas e do Fundo Setorial do Audiovisual –, tudo leva a crer que o cinema pernambucano terá pela frente um dos anos mais produtivos de sua história. Pelo menos 16 longa-metragens serão feitos no Estado ao longo de 2015. Além desses filmes, que serão rodados nos próximos meses, outros 16 títulos já estão engatilhados para invadir, inicialmente, o circuito dos festivais de cinema. Até agora, oito filmes já estão com distribuição garantida para chegar às salas, entre eles o premiado Amor, plástico e barulho, de Renata Pinheiro, que estreia em janeiro próximo.
Antes mesmo que o ano acabe, e se estendendo por todo o primeiro mês de 2015, o Recife e várias cidades do interior – além de outras regiões brasileiras, de países vizinhos e europeus –, se transformarão em sets de filmes pernambucanos. O primeiro a abrir os serviços é o cineasta Juliano Dornelles, que estreia no longa-metragem como o aguardado Vernissage. Depois do curta Mens sana in corpore sano e de uma bem-sucedida carreira como diretor de arte, Juliano passa o mês em um casarão no Bairro do Recife, onde seu filme será rodado.
No segundo semestre, ele se junta a Kleber Mendonça Filho para as filmagens de Bacurau, um longa de terror passado numa comunidade do interior do Estado. Antes desse filme, porém, Kleber realizará, ainda no primeiro semestre, o seu muito esperado segundo longa-metragem. Quase cinco anos depois das filmagens de O som ao redor, ele lança um novo olhar sobre o Recife em Aquarius, que tem como principal locação o bairro de Boa Viagem. Esperem outro petardo, com o mesmo peso social e crítico de O som ao redor.
Durante todo o ano ainda serão realizados mais de uma dezenas de filmes dirigidos por cineastas novos e da geração desbravadora dos anos 1980/1990, como Cláudio Assis, Marcelo Gomes e Paulo Caldas. Cláudio, que realizou Big Jato este ano, já se prepara para dirigir Piedade, um longa sobre amantes e sexo explosivo. Marcelo Gomes passa uma temporada em Minas Gerais para revisitar a história brasileira em Um certo Joaquim, uma biografia do revolucionário Tiradentes. E Paulo Caldas, dividido entre o Nordeste e Alemanha, filma O Sertão vai virar mar e o mar vai virar Sertão, um filme de época que mistura cangaceiros e nazistas em plena Segunda Guerra Mundial. Camilo Cavalcanti, que lança o premiado A história da eternidade, vai ao Paraguai para filmar King Kong em Asunción.
Além dessa leva de novas produções, o cinema pernambucano deve brilhar novamente nos festivais de cinema Brasil e mundo afora. Gabriel Mascaro, que rodou o mundo com Ventos de agosto, já tem pronto Valeu boi!, sobre o sonho de um vaqueiro em se tornar estilista no mercado de moda do interior pernambucano. Outros cineastas também estão com novos filmes para soltar, como Tião, Petrônio, Renata Pinheiro, Andréa Ferraz e Pedro Severien, entre outros.
A mais recente produção, que brilhou em festivais por todo o País, ganhará novos templos em 2015: a nova sala da Fundaj, o Cinema do Museu, em Casa Forte, e o Cinema da UFPE, na Cidade Universitária, estarão abertas para receber a safra pernambucana do biênio 2014/2015, como os supracitados Amor, plástico e barulho e A história da eternidade, além de Prometo um dia deixar essa cidade, Sangue azul, Permanência e Brasil S/A.
Produção pernambucana
Filmagens
King Kong em Assunción - Camilo Cavalcante
Isolar - Leonardo Sette
Paterno - Marcelo Lordello.
O sertão vai virar mar e o mar vai virar sertão - Paulo Caldas
Aquarius - Kleber Mendonça Filho
Bacurau - Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles
Steven esteve aqui - Fernando Weller
Espumas ao vento - Taciano Valério
Vernissage - Juliano Dornelles
A transformação de Canuto - Ernesto de Carvalho e Ariel Ortega
Te sigo - Cecília Araújo
Piedade - Cláudio Assis
Um certo Joaquim - Marcelo Gomes
Amores de chumbo - Tuca Siqueira
Propriedade privada - Daniel Bandeira
Antonio e Piti - Vincent Carelli
Em finalização
O silêncio da noite é que tem sido testemunha das minhas amarguras - Petrônio
Recordações nordestinas - Deby Brennand Mendes
Animal político - Tião
o gigantesco ímã - Petrônio e Tiago Scorza
Canavieiros - Andréa Ferraz
Jackson e imagens - Cacá Texeira e Marcus Vilar
Açúcar- Renata Pinheiro
Seu Cavalcanti - Leonardo Lacca
Valeu boi! - Gabriel Mascaro
Todas as cores da noite - Pedro Severien
Big jato - Cláudio Assis
Beco - Camilo Cavalcante
Super Orquestra Arcoverdense de Ritmos Americanos - Sergio Oliveira e Renata Pinheiro
Mães do Pina - Leo Falcão
Azougue - Tiago Melo
Lançamentos no cinemas
A história da eternidade - Camilo Cavalcante
Prometo um dia deixar essa cidade - Daniel Aragão
Sangue azul - Lírio Ferreira
Permanência - Leonardo Lacca
Amor, plástico e barulho - Renata Pinheiro
Brasil S/A - Marcelo Pedroso
Estradeiros - Sergio Oliveira e Renata Pinheiro
A luneta do tempo - Alceu Valença
Leia a reportagem completa na edição desta quinta-feira (25/12) no Caderno C, do Jornal do Commercio.