CRÍTICA

Kingsman usa violência extrema para seduzir espectadores jovens

Estreia acontece nesta quinta-feira (05/03)

Ernesto Barros
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Ernesto Barros
Publicado em 05/03/2015 às 6:00
Fox Filmes/Divulgação
Estreia acontece nesta quinta-feira (05/03) - FOTO: Fox Filmes/Divulgação
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Pátria do filme de espionagem, a Inglaterra vive de reciclar personagens antigos e, vez por outra, criar alguns tipos novos para não deixar a chama do gênero se apagar. Com a providencial ajuda das histórias em quadrinhos, chega nesta quinta-feira (05/03) aos cinemas, em lançamento nacional, o longa-metragem Kingsman – Serviço secreto, de Matthew Vaughn.

Adaptado de uma graphic novel de Mark Millar e Dave Gibbons, o filme é um sucedâneo, pelo menos esteticamente e no tom cômico, de Kick ass – Quebrando tudo, de 2010, que havia marcado o primeiro encontro entre Vaughn e Millar.

Como na tradição da franquia James Bond e da série de TV Os vingadores – sua adaptação para o cinema, em 1999, foi um fracasso épico –, Kingsman é um filme britânico por excelência. Isso, entretanto, não quer dizer muita coisa – a não ser o fato de que a mobilidade social no Reino Unido ainda é a mesma dos tempos de Charles Dickens.

Kingsman vem a ser um grupo de espionagem – mantido em segredo de estado – que tem a sede embaixo de uma alfaiataria em Saville Road, em Londres. Com a morte de um agente, literalmente partido ao meio por uma vilã que lembra o atleta paraolímpico Oscar Pistorius – ela usa as pernas mecânicas como se fossem navalhas –, o agente Harry Hart (Colin Firth), apelidado de Galahad, convida o filho de um colega morto em combate para fazer testes com outros jovens pretendentes à vaga.

Basicamente, o filme se divide em dois movimentos: os testes de Eggsy (Taron Egerton) e a luta contra o milionário Valentine (Samuel Jackson), que deseja, como todo vilão de filme de espionagem, conquistar o mundo.

Salpicando diálogos e citações a outros filmes e itens da cultura pop, Kingsman tenta não se levar a sério, mas, com exceção da louvação à violência gratuita, sequer atinge o politicamente correto e a má educação da franquia Austin Powers, uma paródia aos filmes de espionagem e à cultura inglesa que tinha o mau gosto como combustível.

Aparentemente, Kingsman se dirige ao público infantojuvenil, que adora efeitos especiais e violência cartunesca. Samuel Jackson, falando com a língua presa, também não ajuda muito. Há filmes melhores no circuito.

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