CRITICA

Triângulo amoroso alemão em Duas irmãs, uma paixão

Filme entra em cartaz no Moviemax Rosa e Silva nesta quinta-feira (19/03)

Ernesto Barros
Cadastrado por
Ernesto Barros
Publicado em 18/03/2015 às 6:00
Mares Filmes-Europa Filmes/Divulgação
Filme entra em cartaz no Moviemax Rosa e Silva nesta quinta-feira (19/03) - FOTO: Mares Filmes-Europa Filmes/Divulgação
Leitura:

Filmes históricos quase sempre são peças decorativas, pesadas e dependentes de fatos comprovadamente verídicos. O longa-metragem alemão Duas irmãs, uma paixão, em exibição a partir desta quinta-feira (19/03), no Moviemax Rosa e Silve, felizmente foge a essa regra. Para começar, as fontes que comprovam a história de amor entre o poeta, filósofo e historiador Friedrich Schiller (Florian Stetter) e as irmãs Charlotte von Lengefeld (Henriette Confurius) e Caroline von Beulwitz (Hannah Herzsprung) são mínimas.

Perdidos entre a vasta produção literária deixada por Schiller – um dos grandes nomes do romantismo alemão, amigo e confidente de Goethe –, alguns vestígios contam de sua tentativa em viver um “menáge à trois” com as irmãs. A partir dessas indicações, o diretor e roteirista Dominik Graf faz uma ensolarada e em alguns momentos sombria crônica epistolar sobre o que Schiller e as duas irmãs teriam vivido na aristocrática, permissiva e empolgante sociedade alemã do século 18.

A recriação histórica segue fatos históricos fidedignos, que marcaram o encontro casual entre Schiller – um jovem pobre, mas sedutor e inteligente – e Charlotte, que saiu de sua pequena Rudolstadt para viver com uma madrinha, em Weimar, e conseguir um casamento arranjado com algum nobre.

Obrigada a casar para sustentar Charlotte e a mãe, Caroline também vai se apaixonar por Schiller. Inseparáveis e dadas a juras de amor eterno, elas não veem problemas em dividir o que sentem por Schiller. Com a conivência de familiares, a história entre os três segue idílica, quase em tom de telenovela. Claro, em algum momento uma delas vai se sentir traída e a relação azeda, com Caroline tomando um rumo mais doloroso.

O que faz o filme bom de se assistir, apesar de seus 140 minutos de duração, é que Dominik Graf acerta no tom ligeiro e curioso como olha para a sociedade alemã da época, em contrate com a francesa, que vivia o terror da revolução. Fazendo uso de uma câmera inquieta e bisbilhoteira, Graf não se inibe em recriar o que poderia ter sido essa inusitada e incrível história de amor

Últimas notícias