CRÍTICA

O cinema-catástrofe revive com Terremoto - A falha de San Andreas

Filme, que estreia hoje, mostra destruição da Costa Oeste americana

Ernesto Barros
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Ernesto Barros
Publicado em 28/05/2015 às 6:00
Warner Bros/Divulgação
Filme, que estreia hoje, mostra destruição da Costa Oeste americana - FOTO: Warner Bros/Divulgação
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Na mesma proporção em que os efeitos especiais se tornaram capazes de reproduzir qualquer coisa – até mesmo recriar o rosto de um ator, como fizeram com o falecido Paul Walker, em Velozes e furiosos 7 –, o cinema avança celeremente para levar às telas qualquer todo tipo de delírio.

Em Terremoto – A falha de San Andreas, que estreia hoje em escala mundial, o cineasta canadense Brad Peyton sai da esfera das probabilidades e mostra em detalhes um dos maiores pesadelos que rondam os Estados Unidos: a possibilidade de abalo sísmico que pode dividir a Califórnia – devido a uma falha geológica – e que, caso ocorra, fará com que São Francisco se desloque do continente e vire uma ilha do Oceano Pacífico.

O filme é um exemplar do cinema-catástrofe, um sub-gênero bastante popular nos anos 1970, que contava histórias sobre desastres que se passavam na terra, no mar e no ar. É dessa época, por exemplo, o longa Terremoto, também sobre a destruição de Los Angeles. Hoje, ele é mais lembrado pelo Sensurround, um sistema de som poderoso que assombrou os ouvidos dos espectadores com seu realismo brutal.

Nos anos 1990, tivemos um pequeno revival com Independence Day e Titanic. Entretanto, em termos de destruição, Terremoto – A falha de San Andreas ganha disparado. O diferencial é que, ao contrário dos filmes mais antigos, as cenas de catástrofe atuais são resultados de efeitos digitais que mais parecem imagens de videogames.

Aqui, não é muito diferente, embora o filme seja bastante ‘assistível’, para bem ou para o mal, justamente por esses efeitos. O maior problema, algo comum nesse tipo de produção, é que a trama é quase acessória. Além disso, Brad Peyton não perde tempo em carregar na emoção. Por outro lado, em alguns momentos, parece que estamos diante de um documentário científico, em que especialistas explicam o significado da falha de San Andreas e os deslocamentos das placas tectônicas na região do Pacífico.

É por isso que duas histórias correm em paralelo durante o filme. Na primeira, Ray (Dwayne Johnson, competente como sempre), um piloto de busca e resgate de Los Angeles, está prestes a se divorciar de Emma (Carla Gugino), com quem teve a filha Blake (Alexandra Dadario) e outra menor, que morreu afogada. Na outra, o sismólogo Lawrence (Paul Giamatti) descobre uma maneira de prever os abalos sísmicos, mas não é ouvido. O prólogo é bem excitante: Ray salva um moça prestes a cair num abismo e Lawrence testemunha a destruição da represa Hoover.

Claro, o filme vai mostrar o Big One, que atinge 9,5 na escala Richter, o maior terremoto da história. Nesse caos, Ray sai em busca da ex-mulher, que está Los Angeles, e da filha, que viajou para São Francisco. A primeira, ele salva miraculosamente. Juntos, seguem para resgatar a filha, que se juntou a dois irmãos, e luta pela sobrevivência, tentando escapar, inclusive, de um tsunami gigantesco.

Infelizmente, Terremoto – A falha de San Andreas tem um grande defeito: é previsível de doer. De antemão, qualquer espectador sabe o que vai acontecer na cena seguinte, o que priva o filme de envolvimento e credibilidade.

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