CINEMA

Ideário político de Glauber Rocha é dissecado no documentário Cordilheiras no Mar: A Fúria do Fogo Bárbaro

Filme do cineasta pernambucano Geneton Moraes Neto causa polêmica no Cine Ceará

Ernesto Barros
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Ernesto Barros
Publicado em 23/06/2015 às 10:14
Chico Gadelha/Divulgação
Filme do cineasta pernambucano Geneton Moraes Neto causa polêmica no Cine Ceará - FOTO: Chico Gadelha/Divulgação
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O jornalista e cineasta pernambucano Geneton Moraes Neto, 58 anos - egresso do Movimento Super 8 - mal completara 18, embora já fosse repórter no Recife e estivesse prestes a concluir o curso de jornalismo na Universidade Católica (Unicap), quando o cineasta Glauber Rocha publicou uma carta na revista Visão em que acreditava que o caminho da conciliação nacional, no ano em que a ditadura completava 10 anos, deveria ser feita com a participação dos militares. 

O apoio de Glauber, expresso na carta escrita no exílio, ao governo do presidente Ernesto Geisel - e sua admiração pelo General Golbery do Couto e Silva, Chefe da Casa Civil entre 1974 e 1981, a quem chamava de "gênio da raça" - formam o epicentro do documentário Cordilheiras no Mar: A Fúria do Fogo Bárbaro, que Geneton Moraes apresentou na noite do último domingo (21/6), na Mostra Competitiva Ibero-Americana do Cine Ceará. 

"Foi emocionante ouvir Vladimir Carvalho, que é uma espécie de líder dos documentaristas, dizer que foi ‘uma noite mágica, Glauber estava aqui’. Vamos fazer o circuito dos festivais - talvez Brasília, Rio, uma exibição no Recife e outras onde for possível, para uma plateia interessada _ para depois o filme chegar à TV, ou seja, ao Canal Brasil, que é um dos produtores do filme", explica Geneton. 

Terceiro longa-metragem que dirige desde 2010, Cordilheiras no Mar é um projeto que ele acalentava há mais de três décadas. A gênese do filme teve seus primeiros momentos quando, aos 24 anos, resolveu fazer um curso de cinema em Paris, onde deveria defender uma tese em torno da contradição entre o subdesenvolvimento do Brasil e o desenvolvimento estético do cinema nacional, tendo com suporte os filmes de Glauber e as ideias de Darcy Ribeiro.

"Não conseguir escrever a tese porque não tenho um perfil acadêmico e queria fazer filmes. Mas entrevistei os principais críticos e pensadores do cinema da época, que estão no filme, como os críticos Serge Daney, da Cahiers du Cinéma, e Louis Marcorelles, do Le Monde, o cineasta Jean Rouch e o historiador Marc Ferro. Todos destacam a importância de Glauber", relembra Geneton.

Leia a reportagem completa na edição desta quarta-feira (23/6) no Caderno C, do Jornal do Commercio.

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