Em meados de agosto de 2010, o cineasta pernambucano Kleber Mendonça Filho completava as filmagens de O Som ao Redor. Por quase dois anos, entre 2012 e 2013, o longa-metragem colocou o nome dele entre as principais revelações do cinema mundial, graças a um afiado olhar para a realidade brasileira, especificamente as tensas relações de poder entre as classes sociais, e procedimentos estéticos eficientes, que visam a participação do espectador.
Cinco anos depois, o cineasta roda seu segundo-longa-metragem de ficção, Aquarius. Há cerca de uma semana, Kleber e sua vasta equipe - grande parte oriunda de O Som ao Redor - se deslocam entre várias locações do Recife para contar a história de Clara, uma escritora e crítica de música aposentada, que vive num apartamento antigo no bairro do Pina entre recordações - ela tem o raro poder de viajar no tempo - e milhares de discos de vinis.
Como se ainda não bastasse o fato de estar fazendo um esperadíssimo segundo longa-metragem, o cineasta ainda teve a ousadia de convidar a atriz Sônia Braga para interpretar a personagem. "Ela é a maior estrela do cinema brasileiro. As outras são atrizes, boas atrizes", definiu o cineasta, que se preparou ainda mais para o segundo filme.
"Eu não penso nessa questão de cobrança, isso fica mais com as pessoas. Acabei de rodar um plano. Olhei duas vezes para ele e achei ótimo. O que não pode é o plano ficar ruim e você dizer, ‘Ah, deixa para lá, é assim mesmo’. Isso eu não quero. Para mim, a cobrança é querer fazer um bom filme", explicava o cineasta, na manhã do último sábado, durante filmagens no centro do Recife e no centenário Restaurante Leite.
Leia a reportagem completa na edição desta segunda-feira (10/8) do Caderno C, do Jornal do Commercio.
