CINEMA

Fundaj inaugura um novo templo para os cinéfilos recifenses

Cinema do Museu inicia programação a partir desta sexta-feira (21/8)

Ernesto Barros
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Ernesto Barros
Publicado em 20/08/2015 às 6:00
Otávio de Souza-Fanzine-Fundaj/Divulgação
Cinema do Museu inicia programação a partir desta sexta-feira (21/8) - FOTO: Otávio de Souza-Fanzine-Fundaj/Divulgação
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É do sonho dos cinéfilos que uma cidade se inventa. Se o poeta Carlos Pena Filho circulasse pelo Recife de hoje, certamente pensaria dessa maneira, ao assistir à criação de um nova sala de cinema. E não se trata de uma sala qualquer: o Cinema do Museu, que entra em funcionamento a partir desta sexta-feira (21/8) – no Museu do Homem do Nordeste, em Casa Forte – já nasce como um templo para os adoradores da Sétima Arte.

Fruto de um sonho coletivo – como todas as grandes conquistas –, o Cinema do Museu foi um desejo acalentado por três anos pela diretoria da Fundação Joaquim Nabuco. “O Cinema da Fundação não podia crescer mais. Nos últimos anos, a capacidade de público atingiu o teto, com cerca de 60 mil espectadores por ano”, explicou o cineasta Kleber Mendonça Filho, que responde pela programação dos dois cinemas ao lado do jornalista Luiz Joaquim.

Assim como a irmã-gêmea do Derby, a nova sala tem características fora do comum para os dias de hoje: além de localizado numa rua (a Avenida 17 de Agosto), o espaço ao redor é um convite à contemplação e ao diálogo, com bancos de praça, área verde, galeria de arte, e, em breve, um café.

O conforto se estende, também, ao cinema: com 170 lugares (quatro separados para espectadores com necessidades especiais), dispostos com um bom espaço entre as poltronas (bastante confortáveis), o complexo também ganhou equipamentos de ponta. Como o Cinema da Fundação, o carro-chefe do Cinema do Museu é formado pela dobradinha projetor Barco 4K 3D e som Dolby Digital 7.1.

PROGRAMAÇÃO

A inauguração oficial da sala acontece com a pré-estreia do longa-metragem paulista Que Horas Ela Volta?, de Anna Muylaert, amanhã, às 20h. Um dos filmes mais esperados do ano, o longa vem ganhando prêmios – nos Festivais de Sundance e Berlim – e comovido plateias em várias partes do mundo, com a história de Val (Regina Casé), uma babá pernambucana que deixa a filha, Jéssica (Camila Márdila), no interior do Estado, e vai para São Paulo cuidar de um menino de classe média. O filme revela traços da sociedade brasileira atual, como já visto em O Som ao Redor, de Kleber Mendonça Filho, e Casagrande, de Felippe Barbosa.

A partir de sábado, a temporada de abertura do Cinema do Museu tem início e se estenderá por mais de 52 dias, com a exibição de 31 longas-metragens.

PROGRAMAÇÃO

 

Semana de abertura – Cinema do Museu

 

21 a 26 de agosto de 2015

 

Sexta-feira – 21 de agosto

 

20h - Que horas ela volta?
(Bra. 2015). De Anna Muylaert. Com Regina Casé, Camila Márdila, Karine Teles, Lourenço Mutarelli. A pernambucana Val se mudou para São Paulo a fim de dar melhores condições de vida para sua filha Jéssica. Com muito receio, ela deixou a menina no interior de Pernambuco para ser babá de Fabinho, morando integralmente na casa de seus patrões. Treze anos depois, quando o menino vai prestar vestibular, Jéssica lhe telefona, pedindo ajuda para ir à São Paulo, no intuito de prestar a mesma prova. Os chefes de Val recebem a menina de braços abertos, só que quando ela deixa de seguir certo protocolo, a situação se complica. Prêmio Especial do Júri em Sundance 2015 / Prêmio do Júri da mostra Panorama Berlim 2015 / Prêmio do público Berlim 2015. Projetado em DCP / 114 min. / Scope / Pandora Filmes / Dolby Digital / Inédito no Brasil / Livre

 

Sábado – 22 de agosto

 

15h10 - O sétimo selo

(Det sjunde inseglet, Din., 2014). De Ingmar Bergman. Com Max Von Sydow, Gunnar Björnstrand, Nils Poppe, Bibi Andersson, Bengt Ekerot, Åke Fridell, Inga Gill, Gunnel Lindblom. Em sua obra, Ingmar Bergman, um dos maiores gênios do cinema mundial persegue os questionamentos profundos sobre a fé, a existência de Deus, dramas com forte raiz na psicanálise. Em O Sétimo Selo O cavaleiro Antonius Block retorna das Cruzadas para uma Suécia devastada pela peste negra e pela Inquisição. Ao seu redor apenas sofrimento e destruição. Em suas andanças, Antonius encontra a morte, que o desafia para uma partida de xadrez. Este, que é seu filme mais icônico, e agrupa todas as características que o tornaram célebre. Vencedor do prêmio do Júri no Festival de Cannes de 1957. 93 min. / 12 anos / 1,37 : 1 / Projetado em DCP/  Zeta Filmes  / Mono / P&B

 

17h10  - Um jovem poeta 

(Un Jeune Poète, Fra., 2014) De Damien Manivel. Com  Rémi Taffanel, Léonore Fernandes, Enzo Vassallo. Mal saído da adolescência, Rémi tem o sonho de tornar-se poeta e impressionar o mundo com seus poderosos e inesquecíveis versos. Determinado a escrever seu poema, ele procura inspiração na opressora cidade de Sète. Caneta e papel em mãos... Mas por onde começar? Menção Honrosa Festival de Locarno 2014 -  72 min. / 1,66 : 1 / Projetado em DCP/ Supo Mungam Films / 12 anos

 

18h50 – Adeus à linguagem (3D)

(Adieu au langage, Fra., 2015) De Jean-Luc Godard. Com Héloïse Godet, Kamel Abdelli, Richard Chevallier. Um homem e uma mulher dividem a intimidade em uma casa, onde mora também um cachorro. Ela é casada, mas não há qualquer informação sobre sua vida fora daquele local. Os dois conversam sobre a questão da linguagem sob o ponto de vista filosófico, enquanto que o cão a tudo observa... Vencedor do prêmio do Júri no Festival de Cannes 2014. Projetado em DCP / 70 min. / Scope / Imovision / Dolby Digital / 16 anos

 

20h30   - O desprezo

(Le Mépris, Fra., 1963). De Jean-Luc Godard. Com Brigitte Bardot, Jack Palance, Michel Piccoli. Camille é casada com Paul Javal, um escritor contratado para escrever o roteiro para um novo filme que será dirigido por Fritz Lang e produzido por Jeremy Prokosch. O desprezo da mulher começa quando ela acredita que o marido está usando ela para seduzir o produtor do filme e ganhar um pagamento melhor. 103 min. / 16 anos / Cinemateca da Embaixada da França / DCP / Scope 

 

Domingo – 23 de agosto

 

11h – Os guarda-chuvas do amor

(Les parapluies de Cherbourg, Fra., 1963). De Jacques Demy. Com Catherine Deneuve, Nino Castelnuovo, Anne Vernon. Geneviève Emery, cuja mãe tem uma loja de guarda-chuvas, é apaixonada por Guy Foucher. A Sra. Emery desaprova esse romance com o mecânico. Guy é convocado para servir na Guerra da Argélia e Geneviève se entrega a ele antes de sua partida. Ela engravida. Fortemente encorajada por sua mãe, Geneviève aceita casar-se com Roland Cassard, um rico vendedor de joias. 87 min. / Cinemateca da Embaixada da França / Projetado em DCP / 14 anos / 1: 1,66

 

14h30 – O demônio das onze horas

(Pierrot Le Fou, Fra., 1965) De Jean-Luc Godard. Com Anna Karina, Jean Paul Belmondo, Dirk Sanders. Ferdinand Griffon é um jovem e desiludido pai que acabou de perder seu trabalho na televisão. Uma noite, voltando de uma deprimente e superficial festa na casa de seus sogros ele descobre que a babá contratada para cuidar de seus filhos é uma velha paixão, Marianne Renoir. Ele decide abrir mão de tudo e fugir com ela para o sul da França, embarcando numa grande odisseia marcada pela mistura de trafico de armas, complôs políticos e desencontros, com pausas bucólicas e corações partidos. 112 min / Cinemateca da Embaixada da França / Projetado em DCP / Scope / 16 anos / Mono / P&B

 

17h – A grande ilusão

(Grand Illusion, Fra., 1937). De Jean Renoir. Com Jean Gabin, Pierre Fresnay, Eric Von Stroheim. Durante a Primeira Guerra, o avião do Capitão De Boeldieu e do Tenente Marechal é derrubado pelo avião do oficial alemão Von Rauffenstein. Os pilotos franceses são mantidos num acampamento de prisioneiros de guerra e se juntam com seus companheiros para planejar uma fuga, mas são transferidos para uma prisão sob ordens de Von Rauffenstein. Uma relação de profundo respeito desenvolve-se entre De Bouldieu e Von Rauffenstein, ambos de origem aristocrática. 113 min. / 14 anos / Cinemateca da Embaixada da França / Projetado em DCP / 1: 1,33/ Mono / P&B

 

19h30 – Cala boca, Philip

(Listen up, Philip, EUA, 2014) De Alex Ross Perry. Com Jason Schwartzman, Elisabeth Moss, Jonathan Pryce. O escritor Philip está em crise. Ao mesmo tempo em que o relacionamento com a fotógrafa Ashley não vai nada bem, ele não consegue lidar com a demora na publicação de seu segundo romance. A situação se transforma quando Ike Zimmerman, ídolo de Philip, oferece a sua própria casa para o escritor passar um tempo e refletir. Prêmio especial do júri Festival de Locarno 2014.  Zeta Filmes / 108 min. / Plano / DCP / Inédito / 12 anos

 

Segunda-feira – 24 de agosto

 

16h – Nick Cave: 20.000 dias na Terra

(20 000 Days on Earth). De Iain Forsyth & Jane Pollard. Com Nick Cave, Ray Winstone, Kyle Minogue. O musico, roteirista e poeta australiano Nick Cave, um dos maiores autores da musica pop contemporânea, ganha esse filme-ensaio fascinante. Cave tem uma obra marcada por canções de amor e violência, sexo, morte e religião. Nos últimos 30 anos, arregimentou legião de fieis admiradores em todo o mundo. O filme é um retrato fascinante de um artista.  ZETA FILMES / 98 min. / Som Digital 5.1 / Projetado em DCP /  TELA LARGA / 14 anos

 

18h10 – Cala boca, Philip (2ª exibição)

 

20h30 – O demônio da Argélia

(Pépé Le Moko, Fra., 1936). De Julien Duvivier. Com Jean Gabin, Mireille Balin, Line Noro.  Pépé le Moko, um trapaceiro e cafetão parisiense, encontrou refúgio em Casbah, na Argélia, lugar que se tornou seu território inviolável. Uma emboscada policial, coordenada pelo inspetor Slimane é organizada e surpreende Pépé e sua gangue, mas ele consegue escapar. O fugitivo então conhece Gaby, por quem se apaixona, mas sua namorada Inès, tomada por ciúmes, e Slimane unem forças: um para fazer Pépé sair do seu esconderijo, a outra para destruir seu amor. 90 min. / Cinemateca da Embaixada da França / Projetado em DCP / 1: 1,37 / Mono / P&B / 12 anos

 

Terça-feira – 25 de agosto

 

14h20 – A história da eternidade

(Bra., PE, 2014) De Camilo Cavalcante.  Com Irandhir Santos, Cláudio Jaborandy, Leonardo França, Marcélia Cartaxo, Zezita Matos, Maxwell Nascimento e Débora Ingrid. Em um pequeno vilarejo no sertão, três histórias de amor e desejo revolucionam a paisagem afetiva de seus moradores. Personagens de um mundo romanesco, no qual as suas concepções da vida estão limitadas, de um lado pelos instintos humanos, do outro por um destino cego e fatalista. Melhor filme Festival de Paulínia 2014. República Pureza / 120 min. / DCP / Scope / 14 anos

 

16h40 - Leviatã

(Leviafan, Rus., 2014) De Andrey Zvyagintsev. Com  Aleksey Serebryakov, Elena Lyadova, Roman Madyanov. Na periferia de uma pequena cidade costeira no Mar de Barents, vive uma família comum: Kolya, sua esposa Lilya e seu filho adolescente Romka. A família é atormentada pelo prefeito corrupto que está tentando tomar a terra, a casa e a pequena loja de reparo de carros de Kolya. Para salvar o seu lar, Kolya conta com um antigo amigo do exército que vive em Moscou e agora é um autoritário advogado. Juntos eles decidem agir e limpar a sujeira deixada pelo prefeito. Indicado ao Oscar de filme estrangeiro de 2015 / Vencedor do Globo de Ouro 2015 de filme estrangeiro / Melhor roteiro em Cannes 2014.  141 min. / 14 anos / Imovision / DCP / Scope

 

20h30 – French Can Can

(ITA/FRA., 1956) De Jean Renoir. Com Jean Gabin, Françoise Arnoul, María Felix. Em 1890, o Can can ainda está na moda, mas nem os shows da dançarina Lola ajudam o Café Le Paravent Chinois a sair da decadência. Henri, amante de Lola e dono do Café, tem a ideia de popularizar a dança no bairro boêmio de Montmartre. Ele conhece Nina, uma lavadeira com o dom natural da dança. Os problemas começam quando Lola fica enciumada com Nina. 105 min. / 12 anos / DCP / Cinemateca da Embaixada da França / 1: 1,37 / Mono / P&B

 

Quarta-feira – 26 de agosto

 

16h25 – Sangue Azul

(Bra., 2015). Dirigido por Lírio Ferreira. Com Daniel de Oliveira, Caroline Abras, Sandra Corveloni, Matheus Nachtergaele, Laura Ramos, Milhen Cortaz, Rômulo Braga. O circo Netuno monta lona em uma ilha paradisíaca. Zolah, o homem-bala, já conhece o local. Lá ele foi criado, junto com a irmã Raquel, até o dia em que a mãe, Sônia, o mandou para longe temendo um incesto entre as duas crianças. Já adulto, ele reecontra a família depois de vinte anos e é chegado o momento de resolver as questões do passado que ainda o atormentam.  114 min. / 16 anos / Dolby Digital  /  Scope / Projetado em DCP/  Imovision

 

18h50 – Adeus à linguagem (3D) – (2ª exibição)

 

20h30 - O sétimo selo – (2ª exibição)

 

Cinema do Museu do Homem do Nordeste

Av. Dezessete de Agosto, 2187, Casa Forte, Recife, PE, 52.061-540

Fone – 81 3073-6272

 

Temporada de Abertura (21 de agosto a 11 de outubro)

 

Ingresso :

 

Mostras 

 

Clássicos mundiais restaurados

 

Destaque contemporâneo

 

Filmes 2D

 

R$ 14 / R$ 7 (meia-entrada)

 

Filmes 3D

 

R$ 16 / R$ 8 (meia-entrada)

 

Mostra

 

-Grands Classiques Français 

 

No Cinema do Museu (Casa Forte) - de 22 de agosto a 30 de setembro

 

Preço único - R$ 7

 

No Cinema da Fundação (Derby) – de 27 de agosto a 12 de setembro

 

Preço único – R$ 5 

 

Ingresso promocional 

 

 Sessões de curta-metragem 

 

R$ 2

 

Toda terça-feira / Cinema do Museu e Cinema da Fundação

 

Preço único para todos R$ 5 (exceto durante mostras e festivais)

 

Toda quarta-feira / Sessão Bossa Mestre 

 

Professores da rede pública e privada, mediante apresentação de documentação comprobatória de vínculo profissional, NÃO pagam para qualquer sessão na quarta-feira (exceto durante mostras e festivais).

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