ENTREVISTA

Quentin Tarantino comenta Os Oito Odiados, seu segundo faroeste

Diretor esteve em São Paulo conversando com a imprensa

Ernesto Barros
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Ernesto Barros
Publicado em 24/12/2015 às 5:25
Diamond Filmes/Divulgação
Diretor esteve em São Paulo conversando com a imprensa - FOTO: Diamond Filmes/Divulgação
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Com estreia marcada para esta quinta-feira (25/12) nos Estados Unidos, o western Os Oito Odiados, do diretor Quentin Tarantino, vazou na internet no começo da semana. No Brasil, o filme estreia no dia 7 de janeiro. No mês passado, ele esteve no Brasil, ao lado do ator Tim Roth, para divulgar o filme. Em São Paulo, um relaxado Tarantino falou sobre os atores Samuel L. Jackson e Jennifer Leigh, das filmagens em 70mm e vários outros temas.

SAMUEL

Eu nunca falei com Samuel L. Jackson enquanto escrevia, detalhando o personagem ou discuti com ele os diálogos do filme. Sam sabia que eu estava escrevendo alguma coisa com ele em mente. Não é difícil para mim escrever para Sam, ao contrário, e isto tem que ser dito, é difícil não escrever para ele, porque eu conheço o sentido de sua voz e os diálogos saem muito bem. Lembro-me de que, quando estava fazendo Kill Bill, em certo ponto Bill me lembrava Sam Jackson, e eu nunca o vi, necessariamente, como Bill. Então, levei um certo tempo reescrevendo o roteiro para tirar Sam Jackson de Bill e ele votar a ser um personagem único. Neste caso, Sam já vinha de um trabalho fantástico como Stephen, em Django Livre, e agora eu o queria como protagonista novamente, a primeira vez desde que fizemos Jackie Brown juntos, em 1997. Nesse filme, Samuel L. Jackson encontra-se com Lee Van Cleef, o pistoleiro dos filmes de Sergio Leone. 

70MM 

Uma das coisas de se filmar em 70mm - e muita gente especulava isso na internet, dizendo que era legal e tal - é que, de uma maneira pouco imaginativa, se pensa que os grandes formatos foram feito apenas para uma pequena variedade de espaços, como o deserto ou lugares bonitos. Eu sentia que queria era filmar em interiores, fazer os closes ainda mais íntimos. Eu penso que esse é um dos principais aspectos de quando você filma em scope e faz esse espaço cada vez mais familiar. O que realmente funciona neste filme é que, dependendo de onde você senta no cinema e está olhando - do meio para trás você vai ter a experiência visual, vai ver o quadro e suas composições autênticas - mas se estiver de frente, próximo à tela, você vai entrar no armarinho de Annie, vai entrar dentro do filme. Para mim, é isso que o grande formato faz, joga você dentro daquele espaço. Dito isso, eu penso que esse filme pode funcionar muito bem num palco, porque ele é dinâmico e muito engraçado.

Leia a entrevista completa na edição desta quinta-feira (24/12) no Caderno C, do Jornal do Commercio.

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