Polêmicas, promessas de boicote, novidades na transmissão televisiva e até na forma da famosa estatueta dourada. A cerimônia de entrega do Oscar 2016, na noite deste domingo (28/2), em Los Angeles, mais precisamente no Teatro Dolby, em Hollywood Boulevard, vem sendo preparada para recuperar a audiência perdida na edição do ano passado. Após três meses da temporada de prêmios, o Oscar é a conclusão de todo um ciclo anual de vitórias, decepções e frustrações. Mas como se diz em Hollywood, “the show must go on”.
Na imprensa, o Oscar tem sido considerado um dos mais incertos dos últimos anos, sem nenhum longa-metragem particularmente especial na dianteira, com pelo menos três em condições de igualdade para levar o prêmio de Melhor Filme do ano: O Regresso, Spotlight – Segredos Revelados e A Grande Aposta. Como os números não mentem, O Regresso, que concorre com 12 indicações, tem um corpo de distância sobre seus adversários.
Todo mundo espera que Chris Rock, que volta a apresentar os prêmios 11 anos depois, comente sobre a falta de diversidade entre os indicados. Deve-se esperar até amanhã se serão cumpridas as ameaças de boicote de alguns convidados, em virtude da falta de representatividade dos atores negros. A atriz Jada Pinkett-Smith e o diretor Spike Lee se manifestaram publicamente, chegando a puxar um coro de descontentamento.
Na transmissão televisiva, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood promete uma inovação que vai ajudar os vencedores dos Oscars durante os seus discursos de agradecimento. Aquela lista interminável – do pai, da mãe, do papagaio, dos amigos e dos patrões, etc – poderá ficar de fora do discurso, se o vencedor assim achar melhor. Para isso, cada indicado entregará a lista dos nomes, que vão aparecer durante seu agradecimento na TV.
E até a velha estatueta teve uma repaginada para celebrar a primeira cerimônia do Oscar, em 1929. Aos 87 anos, o troféu volta com tudo em cima, novinho em folha, com o design original. A empresa Polich Tallix Fine Art, localizada no Estado de Nova York, foi contratada para restaurar as características mais sutis da figura criada pelo escultor George Stanley com base em desenhos de Cedric Gibbons, diretor de arte do estúdio Metro-Goldwyn Mayer. Foram realizadas radiografias digitais e, em seguida, um molde especial foi impresso em 3D.
Todas foram preparadas a 870 graus Celsius e, em seguida, cobertas com bronze a mais de 980 graus. Uma vez arrefecidas e polidas, foram banhadas em ouro de 24 quilate para dar o toque final. No total, foram necessários três meses para fazer cinquenta peças, explicou a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas.
O Oscar mede 34,2 cm e pesa 3,8 kg, tem os braços cruzados e segura uma espada sobre um rolo de filme. Uma das maiores lendas que cercam este troféu é o seu nome, tão comum quanto marcante e mítico. Os especialistas dizem que foi a responsável pela biblioteca da Academia, Margaret Herrick, quem deu o nome, devido à forte semelhança que via com seu tio Oscar. A Academia decidiu adotar o nome oficialmente em 1939.