Depois de Gabriel Mascaro e Anna Muylaert desistirem de disputarem a indicação oficial do Ministério da Cultura para o Oscar, em protesto contra o que críticos e o diretor Kleber Mendonça Filho chamam de retaliação ao filme Aquarius, jornalistas de fora do Brasil e nomes da classe artística demonstraram apoio ao filme pernambucano. Eles elogiaram a decisão dos colegas de Kleber – uma forma de defender a indicação do filme para o Oscar de 2017 – e demonstraram apoio à obra.
A cartunista Laerte Coutinho, criadora de Piratas do Tietê e muitos outras tirinhas, postou nas redes sociais dizendo: “Meu apoio ao Gabriel Mascaro e à Anna Muylaert.” Já o escritor Ricardo Lisias questionou o processo de escolha do filme indicado para o próximo Oscar – um dos nove jurados é o crítico Marcos Petrucelli, que criticou diversas vezes o protesto de Kleber e da equipe de Aquarius em Cannes e insinuou que toda sua equipe havia ido para a França com dinheiro público. “O Ministério da cultura afirma que a escolha do filme brasileiro para concorrer ao Oscar seguirá critérios ‘estritamente técnicos’. Dizem isso para nos chamar de burros ou porque a escolaridade deles é anterior ao ensino fundamental: não existe critério estritamente técnico nem se lidarmos com psicopatas...”, escreveu Lisias.
Meu apoio ao Gabriel Mascaro e à Anna Muylaert.
— Laerte Coutinho (@LaerteCoutinho1) 25 de agosto de 2016
O roteirista e escritor Marcelo Rubens Paiva também se pronunciou, se focando especialmente na censura para menores de 18 anos, dada pelo Ministério da Justiça: “Proibir para 18 anos o filme Aquarius é uma retaliação cretina, feita por um governo ilegítimo, que prova que não sabe ser Poder”.
Nefasta y absurda la campaña del gobierno de Temer contra la película AQUARIUS, de Kleber Mendonça Filho, porque el director apoyó a Dilma.
— Diego Batlle (@dmbatlle) 25 de agosto de 2016
Dois críticos de cinema de fora do Brasil reclamaram dos gestos contra o Aquarius. “Incrível! O excelente Aquarius, de Kleber Mendonça Filho, competidor em Cannes, proibido para menores de 18 anos no Brasil. Vingança política desprezível...”, escreveu Fabien Lemercier, jornalista francês do CineEuropa. Já Diego Batlle, crítico do La Nación, da Argentina, chamou de “nefasta e absurda a campanha do governo Temer contra o filme Aquarius, de Kleber Mendonça Filho, porque o diretor apoiou Dilma”.