FINANCIAMENTO COLETIVO

Pernambucana Débora Britto faz campanha para filmar em Moçambique

Débora Britto planeja gravar o documentário sobre a construção do ser mulher negra

JC Online
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Publicado em 22/06/2018 às 14:08
Acervo
Débora Britto planeja gravar o documentário sobre a construção do ser mulher negra - FOTO: Acervo
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A pernambucana Débora Britto lançou uma campanha de financiamento coletivo para viabilizar a filmagem do documentário Hixikanwe - Estamos juntas, que será realizada em agosto de 2018 em Moçambique. O projeto sobre "a construção do ser mulher negra" começou a ser desenvolvido há 4 anos. Pelo site Benfeitoria, é possível contribuir com a realização dele adquirindo cotas com valores diversos (de R$ 15 a R$ 1 mil) até o dia 17 de julho. Cartazes com a arte do filme e capulanas moçambicanas estão entre as recompensas, que devem começar a ser enviadas entre outubro e novembro.

Débora Britto almeja reunir R$ 25 mil para o pagamento de despesas com hospedagem, transporte e alimentação da equipe durante filmagens. Parte dos recursos foi conquistado com a aprovação no Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura (Funcultura).

"A ideia geral da captação é bancar as passagens de ida e de volta de uma das profissionais da equipe, garantir com mais qualidade alimentação, transporte e hospedagem local e possibilitar um pro-labore justo para todas, de acordo com o mercado. Tudo isso ajuda a profissionalizar ainda mais o campo do audiovisual, especialmente, para as trabalhadoras negras, muitas vezes a ponta mais frágil da cadeia produtiva", dizem as realizadoras.

Hixikanwe

A palavra Hixikanwe (que dá nome ao filme) significa "estamos juntos" em Xi-Changana, língua da Região Sul de Moçambique. Esse também é o nome da organização social onde o projeto do filme começou a ser gestado.

A diretora reencontrará Judite, Júlia, Amélia, Madalena, Graça e Ramia, mulheres com quem conviveu durante o tempo que passou em Moçambique. A pernambucana afirma que foi na capital do país, Maputo, que ela pôde se enxergar no mundo como uma mulher negra. 

"O documentário experimental irá refletir de modo sensível sobre os sentidos de ser um corpo de mulher negra no mundo", é dito na apresentação do projeto, que tem uma equipe formada por mulheres que moram em Pernambuco, Bahia e Rio de Janeiro: Safira, Mayara, Mariana, Gabriela, Magda.

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