A maioria dos mortais, provavelmente, já ouviu falar em George W. Bush, o presidente do EUA, entre 2001 e 2009. Já sobre Richard (Dick) Bruce Cheney, poucos sabem o que fez. Um descuido e tanto. Cheney, vice-presidente de Bush, foi quem realmente mexeu os pauzinhos por trás dos panos, agindo realmente como presidente dos Estados Unidos e coordenando as ações militares americanas nas guerras do Afeganistão, Iraque e em outros países do Oriente Médio. Em outras palavras, definiu a geopolítica da região no começo do século 21, a partir do ataque do 11 de setembro às Torres Gêmeas.
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Foi exatamente com esse propósito que Dick aceitou o convite de Bush. Ele, que havia sido alto secretário da OTAN (aliança militar americana na Europa) nos anos 1970, e Ministro da Defesa no governo de George Bush pai, entre 1989 e 1993, quando deflagrou a primeira Guerra do Golfo, não queria um cargo figurativo. Segundo conta a cinebiografia Vice, de Adam McKay (A Grande Aposta/2015), que concorre a 8 estatuetas do Oscar, o acordo entre os dois foi muito explícito.
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Bush (Sam Rockwell) queria a experiência de Cheney (Christian Bale, irreconhecível, com muitos quilos a mais), que exigiu poder que nenhum vice tinha possuído até então nos EUA. Para o diretor, “a história de Dick Cheney mostra o caminho trilhado até a era Trump”. “Dick Cheney foi um dos mentores da guerra ao terror que alimentou a imaginação dos americanos no seu ódio contra os muçulmanos e legitimou a invasão ao Iraque,” explica McKay.
Para o roteiro, maturado em mais de uma década, ele diz que devorou livros e artigos sobre o personagem, alguns, inclusive não oficiais. No processo de eleição de Trump, com o projeto meio em suspensão, o diretor percebeu o alinhamento do material que possuía à época.
