CINEMA

De Pernas pro Ar 3, com Ingrid Guimarães, chega aos cinemas

A personagem Alice conquista o mundo e o filme tem cenas passadas em Paris, na França

Ernesto Barros
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Ernesto Barros
Publicado em 11/04/2019 às 14:37
Desirée do Valle/Divulgação
A personagem Alice conquista o mundo e o filme tem cenas passadas em Paris, na França - FOTO: Desirée do Valle/Divulgação
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Há cerca de 15 dias que a atriz, comediante, produtora e agora roteirista goiana Ingrid Guimarães, 46 anos, está na estrada para divulgar a estreia do filme De Pernas pro Ar 3, lançado nesta quinta-feira (11) em cerca de mil salas espalhadas Brasil afora. O novo longa-metragem finaliza a trilogia, iniciada na virada de 2010 para 2011, que se tornou um das franquias de maior sucesso do cinema nacional. Os dois primeiros filmes – o segundo foi lançado em 2012 – levaram mais de 8 milhões de brasileiros aos cinemas.

“Estamos até com sorte por ter pego uma data boa, com um feriado na frente, porque a invasão dos super-heróis é muito grande. Tem sido um tour de force para a gente fazer bilheteria para que os exibidores continuem a nos dar espaço. Eu não posso reclamar tanto, por quem venho sempre com um filme por ano, mas tenho amigos, diretores e produtores, que estão fila esperando a vez. Caso esse filme faço um público igual aos anteriores, ele será o quinto blockbuster de minha carreira em quase uma década, o que dá um a cada dois anos”, espanta-se Ingrid, durante uma entrevista em um hotel moderno no Pina, na noite da última terça-feira, vinda de Fortaleza, onde também acompanhou uma pré-estreia de De Pernas para o Ar 3, que marca sua experiência como roteirista e também produtora.

Ingrid diz que não chegou a receber um convite formal para escrever o filme, mas durante o processo de escritura do roteiro teve o crédito garantido por Marcelo Sabak, que faz parte da equipe de roteiristas desde o primeiro De Pernas pro Ar. “Ele disse para mim que certas cenas só eu mesma teria condições de escrever e que seria muito justo que eu também assinasse como roteirista”, revela, com uma ponta de orgulho.

ASSINATURA

E orgulho é a palavra que melhor define os sentimentos de Ingrid em relação à trilogia De Pernas pro Ar. “O filme fala para a mulher atual. No primeiro, Alice, a minha personagem, queria conquistar seu espaço no mercado de trabalho, uma luta que sempre tivemos. Ela também falava do seu prazer, do orgasmo, num ambiente familiar, o que era tabu. Inclusive, era tabu até uma mulher comediante protagonizar um filme. Só tinha um bando de homens – Leandro Hassum, Fábio Porchat e Bruno Mazzeo – e eu cheguei com um filme sobre uma mulher que fala sobre sexo. Foi uma coisa nova”, afirma a atriz.

A ascensão de Ingrid na equipe criativa do filme coincidiu também com a chegada de Júlia Rezende para o projeto, o que tornou o De Pernas Pro Ar 3 o primeiro da franquia dirigido por uma mulher. Filha de Mariza Leão, produtora do filme, Júlia já havia dirigido Ingrid em Uma Namorado para a Minha Mulher (2016), além de que fora assistente de direção de Roberto Santucci no primeiro filme da franquia.

Como aconteceu nos capítulos anteriores, a ponta solta deixada no final é retomada seis anos depois. O sucesso da loja de produtores eróticos Sexy Delícia conquista os quatro continentes, com uma parada especial em Paris, quando Alice, o marido João (o pernambucano Bruno Garcia), a filha Clarinha (Duda Batista), a mãe Marion (Denise Weinberg), a empregada Rosa (Cristina Pereira), o filho Paulinho (Eduardo Melo) e a namorada dele, Leona (Samya Pascotto), que também é concorrente de Alice nos negócios do prazer, se reencontram para botar uns pontos nos iss de suas relações.

O maior drama de Alice, em De Pernas pro Ar 3, é que ela, depois de uma aposentadoria compulsória, ver a novata Leona dominar o mercado erótico com um óculos de realidade virtual que juntam os casais distantes. Enciumada pela invenção da jovem, que também vai lhe roubar o filho, no entender dela, Alice pira e entra em mil confusões, deixando a família em situações constrangedoras. De Pernas pro Ar 3, ao contrário dos filmes anteriores, especialmente do primeiro, já respira os tempos conservadores atuais e quase não tem vibradores em cena. Mas tem momentos calientes entre Ingrid Guimarães e Cauã Reymond, quando Alice resolve testar os óculos de Leona. A um passo da comédia dramática, a franquia chega ao fim num momento em que o cinema nacional começa a enfrentar ameaças de restrições econômicas.

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