Trabalhadores e trabalhadoras do setor audiovisual de Pernambuco - cineastas, produtores e representantes de entidades profissionais - foram ao Palácio do Governo, na tarde desta quarta-feira (30/10), cobrar do governador Paulo Câmara a assinatura do decreto de integralização dos recursos do Funcultura Audiovisual com a Ancine. O impasse criado pelo governo estadual com a Ancine vem se arrastando desde o ano passado. O Edital do Funcultura Audiviosual, que há 12 anos provêm os recursos para o setor, deveria ter sido publicado em dezembro de 2018.
Os profissionais do audiovisual leram uma carta em frente ao Palácio do Campo das Princesas. Depois, foram recebidos pelo secretário executivo da Casa Civil, Carlos Eduardo Cabral Figueiredo, quando protocolaram o documento e solicitaram uma audiência com o governador. Na carta, os profissionais, que representam a ABD-Apeci e Fepec, entre outras entidades, denunciam o risco iminente da perda de R$ 15 milhões da Ancine (via FSA - Fundo Setorial do Audiovisual), que turbinam a produção de longas-metragens e produtos para a TV realizados por empresas locais. No grupo que levou a carta estavam presentes Gabriel Mascaro, Marcelo Pedroso, Carlos Kamara, Kika Latache, João Jr, Nara Aragão, Thaís Vidal, Dora Amorim, Chia Beloto, Dani Velentim, Cynthia Falcao, André Antonio, Marco Bonachela e Julia Machado, entre outros.
INTEGRALIZAÇÃO
Embora tenham sempre apoiado o governo na construção do Edital do Audiovisual, tanto que só agora vieram a público expressar o perigo de ver quebra da produção cinematográfica e das ações ligadas à pesquisa e à formação de público, os trabalhadores do setor cobram celeridade do governo na resolução do problema com Ancine. No final do ano passado, a Ancine impôs que o governo de Pernambuco passasse a integralizar os aportes totais de cada edital. Ou seja, para receber o aporte do FSA, o Funcultura deveria proceder da mesma maneira, liberando os recursos de uma única vez para os projetos, como já acontece com os outros estados da União. Desde a criação do edital, o governo libera os recursos em parcelas. Depois de quase um ano, o impasse continua e os profissionais veem o risco de o Funcultura ficar reduzido a R$ 9,28 milhões (recursos anuais da Lei do Audiovisual, sem a contrapartida federal. Na carta, os profissionais exigem transparência do governo nos recursos do edital geridos pela secretaria de Cultura/Fundarpe.