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No centenário de Fellini, os 10 filmes essenciais do diretor italiano

Federico Fellini foi um dos mais autorais diretores da história do cinema e, caso estivesse vivo, completaria 100 anos nesta segunda-feira

JC Online
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Publicado em 20/01/2020 às 11:17
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Federico Fellini foi um dos mais autorais diretores da história do cinema e, caso estivesse vivo, completaria 100 anos nesta segunda-feira - FOTO: Foto: Wikimedia Commons/Reprodução
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Federico Fellini, que tem seu centenário nesta segunda, é, com certeza, um dos maiores sinônimos de autoralidade na história do cinema. É um dos primeiros nome que vem na cabeça quando se fala em um cinema italiano, simbólico, autoral e exuberante. Nascido em Rimini neste 20 de janeiro, o emblemático cineasta começou a contribuir com a sétima arte ainda no seio do neorealismo italiano, escola de cinema que surge no pós-guerra, permeada pela calamidade e miséria do momento, usando amplamente locações das ruas e atores amadores. Em Roma, Cidade Aberta, clássico de Roberto Rosselini, considerado um marco do movimento, o nome de Fellini aparece nos créditos como colaborador no roteiro.

Foi se afastando da estética com o caminhar de sua carreira enquanto diretor, marcado pela co-direção em Mulheres e Luzes (1950), ao lado do veterano Alberto Lattuada. Em sua trajetória, pôde contar com nomes que também ficariam marcados na historiografia do cinema. Teve o grande compositor Nino Rota como recorrente autor de suas trilhas sonoras. Também teve o rosto de Marcello Mastroianni, considerado o mais importante ator da itália, como protagonista em clássicos seus, com 8 1/2 e A Doce Vida.

Fellini faleceu aos 73 anos, em 1993, vítima de um ataque cardíaco. Dirigiu até três anos antes de sua morte, quando lançou o derradeiro A Voz da Lua, protagonizado por Roberto Benigni que, anos mais tarde, ganharia dois Oscar por A Vida é Bela. Ele era casado com Giulietta Masina, atriz e sua musa, desde 1943, que veio a falecer seis meses depois da morte do marido.

10 filmes essenciais

A Doce Vida - Um dos verdadeiros ícones de sua autoralidade, A Doce Vida (1960) é a maior virada da chave que o afasta do neorrealismo e lança um fazer cinema que marcaria sua trajetória. É dele a famosa cena de Anita Ekberg e Marcello Mastroianni se banhando na Fontana di Trevi, em Roma. Também cunhou o termo Papparazo, o nome de um de seus personagens, para designar fotógrafos de celebridades. É vencedor da Palma de Ouro do Festival de Cannes. 

8 1/2 - Considerado como um dos maiores clássicos da história do cinema, o filme de 1963 é marcado por uma verve autobiográfica de Fellini, encarnada pelo fictício cineasta Guido Anselmi (Marcelo Mastroianni), fortemente influenciado pela psicanálisa jungiana.

Amarcord - Também dotados de toques autobiográficos, o filme de 1973, com Fellini já consolidado com um dos maiores autores do cinema global, revisita os anos do fascismo na Itália sob seu olhar simbólico.

Noites de Cabíria - O filme de 1957 é também protagonizado por sua esposa e musa Giulietta Masina, marcando também um período de transição entre sua criação neorrealista e sua verve mais poética e desprendida.

A Estrada - Lançado em 1954, a obra talvez seja o maior destaque de sua fase neorrealista. O filme é vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro e também responsável por lançar Fellini e Giulietta ao estrelato internacional, também já marcado por por sua veia fabular e poética.

Julieta dos Espíritos - O primeiro filme em cores de Fellini, girando em torno da exploração do inconsciente, fruto de suas inclinações psicanalíticas, também protagonizado por Giulietta e vencedor do Globo de Ouro.

Satyricon - Dividido em nove episódios, a obra é uma livre adaptação do poeta Petrônio, integrante da corte do imperador romano Nero. Fellini direciona seus impulsos oníricos ao mundo antigo, entre reprimendas e libertações.

Roma - Também conhecido como Roma de Fellini, o cineasta mais uma vez percorre momentos de sua juventude, desta vez se colocando como personagem (vivido por Peter Gonzales e pelo próprio diretor). A cidade é a grande protagonista do filme.

Boccacio 70 - Trata-se de uma antologia de quatro episódios, girando em torno do amor e moralidade. Fellini dirige o segmento A Tentação do Doutor Antonio, sobre um médico de meia-idade que se declara protetor da moral em Roma, fazendo uma patrulha pela noite. O filme ainda conta episódios dirigidos por grandes nomes como Vittorio De Sica, Luchino Visconti e Mario Monicelli.

Casanova de Fellini - Aqui o diretor oferece sua visão sobre a vida do veneziano Giacomo Casanova, conhecido por seu viver hedonista e aventureiro. Fellini se debruça pelos excessos que vão se esvaziando, elementos refletidos em sua estílistica.

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