Quando as férias de julho se aproximam, começa um burburinho em Pernambuco: “quando vai ser a Fenearte?”. Nesta edição comemorativa de 20 anos, a Feira Nacional de Negócios do Artesanato será realizada de 3 a 14 de julho, no pavilhão do Centro de Convenções, em Olinda. Faltando sete dias para a abertura dos portões, o momento é de contagem regressiva para organizadores, artesãos, empresas contratadas e participantes em geral. Com investimento de R$ 5,5 milhões, a expectativa é gerar mais de R$ 43 milhões em negócios este ano, superando o resultado de 2018. O tema do evento é Ciranda de todas as artes, em homenagem aos cirandeiros Dona Duda, Lia de Itamaracá e Mestre Baracho. Quem passa pelo Cabanga, no Recife, já se depara com uma intervenção urbana alusiva à Fenearte: uma escultura em formato de mãos dadas faz referência à ciranda.
O artesanato é um dos setores da economia criativa de Pernambuco e a Fenearte é o principal momento de exposição e comercialização para esses artistas que devotam a vida à arte popular. Serão 5 mil expositores distribuídos em 800 estandes, com a expectativa de receber 300 mil visitantes nos 12 dias do evento. “A feira conta com presença de expositores de 27 Estados e 21 países, mas a produção pernambucana se destaca, com a presença de 64 artesãos na Alameda dos Mestres, além de 300 expositores individuais do Estado. Isso significa que o Estado tem participação de 70% na feira”, destaca Márcia Souto, que coordena a Fenearte e é diretora de Promoção do Artesanato e Economia Criativa da Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (AD Diper), responsável pela realização do evento.
Ontem durante coletiva de imprensa no Centro de Artesanato de Pernambuco para lançar a Fenearte, o presidente da AD Diper, Roberto Abreu, adiantou que este ano foi contratada uma empresa de pesquisa para levantar a movimentação de negócios por dia, por artesão, por tipologia e outros indicadores. “O estudo vai nos permitir ter essas informações detalhadas para avaliar e aprimorar as oportunidades de negócios”, avalia.
SEBRAE
Parceiro histórico da Fenearte, o Sebrae está com várias novidades este ano. Uma delas é ampliação da Jornada Criativa, que este ano ofereceu mentoria para 27 participantes nas áreas de artesanato e de moda, com participação de Rosana Cohen e do estilista mineiro Ronaldo Fraga. Outra iniciativa inédita foi a criação da loja colaborativa do Sebrae, que recebeu o nome de Ciranda de Negócios Criativos, com a exposição e comercialização de produtos de 60 artesãos e empreendedores de moda autoral.
“Este ano o Sebrae também espera superar o resultado das Rodadas de Negócios, que em 2018 movimentaram R$ 4,1 milhões. Mesmo com a crise, acreditamos que esse valor será superado em algo entre 10% e 15%. Já temos 40 compradores e lojistas de vários Estados do Brasil (São Paulo, Ceará, Rio de Janeiro, Bahia, Minas Gerais, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Amazonas, Santa Catarina e Distrito Federal) entre os inscritos para participar”, contabiliza o gerente da Unidade RMR e Zona da Mata do Sebrae Pernambuco”, Alexandre Alves. Na edição passada aconteceram 503 encontros entre 54 lojistas e 233 artesãos. Os produtos mais procurados são artesanatos em cerâmica, madeira e xilogravuras.
“A Fenearte é a culminância de uma política pública bem-sucedida que dá atenção às cadeias produtivas e aos arranjos produtivos locais (APLs). Em Pernambuco trabalhamos com mais de mil artesãos para que desenvolvam sua arte e vendam seus produtos”, defende o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Bruno Schwambach.
A interação com estudantes pernambucanos também se repete este ano. Pela terceira vez consecutiva, alunos da rede estadual de ensino participam do Desafio APP Fenearte, com a missão de desenvolver o aplicativo da feira. Entre 11 projetos inscritos, o vencedor foi o da Escola Técnica Estadual Ariano Villar Suassuna, em Garanhuns. Compatível com os sistemas Android e iOS, o app traz 16 ícones em que é possível obter informações sobre a feira, mestres, expositores, ingressos e como chegar aos estandes.
“A Fenearte não é apenas a maior feira de artesanato da América Latina, mas também é uma programação cultural, uma festa da cultura pernambucana”, defende Márcia Souto, destacando a extensa programação cultural para o público adulto e infantil. Os shows vão acontecer durante todos os dias da feira, com muita ciranda, coco, maracatu, cavalo marinho, caboclinho, blocos de frevo, afoxé e outros ritmos da cultura pernambucana. A homenageada Lia de Itamaracá vai fazer show no dia 13/7, às 20h. “Essa homenagem é maravilhosa, porque estão fazendo isso comigo viva. Isso é muito importante porque eu posso ver e participar. É uma alegria muito grande”, diz Lia.