Kim Newton, roteirista de Arquivo X, fala sobre escrever séries na atualidade

Convidada do RioMarket, ela comentou sobre os impactos do streaming para quem trabalha na área e deu dicas

Kim Newton/Acervo
Convidada do RioMarket, ela comentou sobre os impactos do streaming para quem trabalha na área e deu dicas - FOTO: Kim Newton/Acervo

A ampliação das formas de exibição de audiovisual nos EUA, com o advento do streaming (como Netflix e Amazon), não facilitou a vida dos criadores e roteiristas de séries de TV - o produto mais visto pela audiência americana, lado a lado com os jogos de futebol americano e competições de música e dança, como The Voice e Dancing With the Stars.

Se, por um lado, há, sim, maior campo de trabalho, por outro, o grau de exigência subiu, levando os autores a uma pressão ainda maior, explicou nesta quarta (30/9), a roteirista Kim Newton, de sucessos como The X Files (1993-2002), Cold Case (2003-2010) e Las Vegas (2003-2008).

"Você pensa: agora vai ser mais fácil, porque há tantos lugares para se trabalhar, mas não é assim: cada um quer um produto customizado, uma forma de sobressair, diante de tanta oferta de programação. Você faz a sua proposta e eles perguntam: por que a gente? Em cada apresentação, você tem que fazer ajustes", disse Kim, que veio ao Rio como convidada do RioMarket, evento paralelo ao Festival Internacional de Cinema do Rio aberto nesta quarta (30/9), voltado ao mercado audiovisual. Até a próxima quinta-feira (8/10), serão realizadas 40 mesas de debates e 20 workshops e master classes, com roteiristas, diretores, produtores, figuristas e técnicos.

Kim falou sobre sua carreira e deu dicas a jovens roteiristas. "Escrever é reescrever. Se você tem uma boa ideia, escreva. Guarde. Mostre a outras pessoas. Absorva as críticas. Procure um mentor", ensinou, citando a própria conselheira, Ann Donaghue, da série CSI, com quem trabalhou nos anos 1990. 

Ela também deu orientações práticas a quem se aventura na rotina de pitchings, as apresentações dos projetos aos donos do capital. "Não leve mais do que 20 minutos; depois disso, as pessoas começam a desviar o olhar. Tem uma história pessoal que a conecte ao tema do programa? Melhor. Seja conciso. Você não precisa saber tudo sobre o seu programa até que paguem a você por isso. Ensaie com amigos, ouça dicas. Uma frase-chave: o texto sempre pode melhorar."

*As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

 

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