Em tempos “ferozes” onde redes sociais e aplicativos dominam tudo, até a forma de nos relacionar com as pessoas, como fica o amor no meio disso tudo? Este é o principal questionamento da série Feras, que a MTV Brasil estreia nesta segunda-feira (21), às 22h (horário de Brasília). Em 13 episódios, a coprodução do canal fechado com a Primo Filmes, criada por Felipe Sant'Angelo e Teodoro Poppovic, promete trazer esta e outras indagações inerentes ao universo jovem, que vive atualmente num mundo repleto de tensão entre gêneros, sexo e drogas.
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Tudo isso será visto e discutido dentro do universo do protagonista Ciro, vivido por João Vitor Silva. Na sinopse, o rapaz terminou um namoro de muitos anos e agora volta a se relacionar em um mundo que até então desconhece: novas ideias de masculino e feminino, a tensão entre os gêneros, aplicativos e novas formas de amor e de afeto.
Para isso, ele vai contar com a ajuda de seus amigos Mari Maia (Camila Márdila) e Raul (Vinicius Beu), além de Peu (Tulio Starling), Joana (Mohana Uchôa) e Barbieri (Rodrigo García) – estes dois últimos, inclusive, vividos por atores pernambucanos, que levam o sotaque local e um pouco do universo de Recife para a série ambientada em São Paulo.
O ator Rodrigo García, por exemplo, vem de uma longa experiência na TV e no cinema. Com papeis de destaque no filme Tatuagem (2013), na série Me Chama de Bruna (2016), da FOX, e a recente superssérie da Globo, Onde Nascem os Fortes (2018), o rapaz em Feras dá vida a Barbieri, um cara inconsequente, que passeia no universo das drogas e a age de forma machista.
“O Barbieri é inspirado em vários meninos e amigos que eu conheço daqui de Recife, principalmente. [...] Mas eu não acho que Barbieri tenha uma certa doença mental específica, ele não é muito do mal. Acho que ele não tem discernimento das coisas que ele fala. É só uma pessoa que foi criada dentro desse universo machista latino, onde o homem acha que está acima de qualquer coisa, fala o que vem a cabeça, e trata todo mundo do jeito que quer”, conta o ator por telefone, em entrevista ao Jornal do Commercio.
Já a atriz Mohana Uchôa, conterrânea do Morro da Conceição, foi revelada na minissérie Justiça (2016), da TV Globo, e teve um papel de destaque no premiado filme Azougue Nazaré (2018), quando deu vida a Tita. Em Feras, ela é Joana, uma das amigas de Ciro. Além de negra, sua personagem tem outras questões mais pertinentes na trama como relação aberta, casamento e maternidade.
“Para preparar a Joana, além da bateria de ensaios, foi muito importante que eu entendesse um pouco de como é o dia-a-dia da relação de uma mãe e uma filha jovens. Ela é jovem, a filha dela na história tem 1 ano e meio, então eu me dediquei a entender os altos e baixos, essa troca que é muito intensa. Pesquisei relatos sobre parto humanizado, amamentação e educação. Mergulhei muito nessa questão da maternidade para construir essa personagem”, conta a atriz.
Junto ao elenco fixo, Feras – que é a segunda série original de ficção da MTV Brasil no canal fechado – conta com as participações especiais do pernambucano Jesuíta Barbosa, além de Leandro Ramos e Laerte Coutinho. Hoje, a emissora exibe os três primeiros episódios na sequência. Logo após, a plataforma MTV Play disponibilizará os mesmos episódios, mais o quarto, para todos os telespectadores.
Disposta a, realmente, discutir as novas formas de se relacionar nos dias atuais, a série dirigida por Teodoro Poppovic traz uma trama bastante coerente com a realidade dos jovens. “Acho que Feras vai trazer uma reeducação sexual e social para o telespectador, principalmente em relação aos gêneros”, antecipa Rodrigo García. Mohana Uchôa completa: “Feras quer passar liberdade. A série quer mostrar que todo mundo é humano. E que, de alguma maneira, todo mundo quer amor, quer afeto. As pessoas estão buscando essa melhor maneira de se relacionar, de ser verdade e ser feliz. Então, Feras quer mostrar a liberdade das pessoas”.
"SPOILERS"
O Jornal do Commercio teve acesso aos dois primeiros episódios da série Feras. O primeiro capítulo apresenta o universo de Ciro (João Vitor Silva) que vai guiar toda a série. O título do episódio, inclusive, vem de uma frase dita por Barbieri (Rodrigo García) em um determinado momento para o protagonista.
A história começa com o desgaste entre Fernanda e Ciro, que namoraram durante oito anos. Cansada da monogamia, do beijo do Ciro, de seu cheiro e, especialmente, de seu pijama florido, Fernanda põe um ponto final no relacionamento do casal.
Numa outra ponta do enredo, ainda no episódio de estreia, conhecemos uma amiga em comum de Ciro e Fernanda, Mari Maia (Camila Márdila), que passa por uma relação complicada com o português Miguel, onde ele não aceita a decisão de ficar longe dela (ou seja, o famoso relacionamento abusivo). Além de ter tentado suicídio, algo pior acontece com ele em uma de suas discussões.
Com um ritmo bastante interessante, a arte da série também interage muito com o universo das redes sociais, sendo um elemento a mais para contar a história.
Ao conhecer a jovem Cris no final do primeiro capítulo, que termina com um bom gancho, o segundo episódio mostra Ciro tentando entender como é a paquera nos tempos atuais.
Esforçando-se para encarar o mundo novo da vida de solteiro, Ciro se envolve com os aplicativos de paquera. Um das tentativas de date (encontro), após um match (interesse em comum), é hilariamente furada pela total falta de tato do inexperiente solteiro. É neste episódio que conhecemos um pouco mais do universo de Joana (Mohana Uchôa), que deixa uma grande curiosidade sobre relacionamento aberto a ser resolvida nos próximos episódios.
