No dicionário, a palavra “perdição” é um substantivo feminino de oito letras e três sílabas. Entre suas definições, no sentido figurado, significa “aquilo que é irresistível”. E esta é a descrição que mais faz sentido para quem sintoniza a TV Jornal há 15 anos, de segunda à sexta, para assistir a mais uma receita do Chef Wellington no programa Sabor da Gente. Mais que um significado, o termo foi transformado em seu bordão que, assim como os pratos que prepara na atração, caiu no gosto do público e conserva um sucesso tão duradouro.
Quem pilota a cozinha mais famosa da TV pernambucana na frente das câmeras nasceu em Patos, no interior da Paraíba. Na época, o jovem Wellington Almeida se apaixonou pela gastronomia graças à sua mãe e, pouco a pouco, a cozinha de casa cedeu espaço à vida profissional, com direito a formações em grandes escolas específicas como a Le Cordon Bleu e a The Culinary Institute of American, além de experiências como cozinheiro e Sous Chef em vários restaurantes de Paris. Mas tamanha sofisticação do Chef Wellington teria um capítulo especial a partir de seu contato com a televisão na capital paraibana.
“Antes do Sabor da Gente, eu fazia um programa na TV Tambaú, também afiliada do SBT, no estado da Paraíba, por seis anos. Era o Delícias do Chef. Eu também tinha restaurante, era consultor do Sebrae, além de toda a minha formação como chef de cozinha, que veio antes da televisão”, conta o chef Wellington ao Jornal do Commercio, que viu neste veículo a oportunidade de se reinventar. “Cozinhar na TV aberta não é a mesma coisa que um restaurante. Cozinhar na TV diariamente é fazer uma receita nova que seja simples, econômica, e que atinja o público de casa, que tem supermercado próximo, sem tanta sofisticação”, explica.
E assim, facilitando o cotidiano das donas de casa e de quem mais se interesse pela arte de cozinhar, o Chef Wellington chegou à TV Jornal em 2004. Desde então, há 15 anos, o Sabor da Gente conquistou um público cativo. “A trajetória do programa neste período foi muito bonita. Imagina conquistar o carinho das pessoas que estão do outro lado da tela, que não lhe veem, não convivem com você, mas tem amor e respeito pelo seu trabalho? Isso é extraordinário! O fato de cozinhar de forma afetiva, fazer coisas que todos possam fazer, compartilhar histórias da minha vida e das pessoas, fez com que esse programa fosse, e ainda seja, um case de sucesso”, afirma o apresentador.
Morando hoje em São Paulo há três anos, o chef conta um pouco da sua rotina de gravação: “Todas as quartas-feiras pela manhã eu chego na TV cedíssimo e saio para gravar o quadro Ô de Casa, na residência de um telespectador, que se torna o programa das terças-feiras. Logo após, volto para estúdio e gravo as edições para os outros dias da semana”.
O Chef Wellington também explicou como as receitas são escolhidas. “No dia-a-dia do público de casa, não dá para fazer um prato sofisticado. São receitas simples. Mas pegamos estas receitas para fazer readaptações. Um exemplo: Um arroz de forno com camarão gratinado com queijo pode ser transformado num risoto com peixe, numa outra etapa, um arroz com calabresa; em outro momento, um arroz com carne ao creme... As receitas são pensadas para que o público possa variar também”.
CELEBRAÇÃO
Em meio à tantas “perdições” levadas ao ar neste 15 anos de Sabor da Gente, o programa terá um especial na próxima quarta-feira (1º/5), numa festa de debutantes que reuniu toda a equipe da atração e também telespectadores. E é nesta celebração que o Chef Wellington vai mostrar, na prática, a receita de um programa de sucesso. “A palavra que resume esses 15 anos é gratidão. Gratidão ao público pernambucano, às pessoas que ligam, comentam, sorriem com minhas brincadeiras. Mas o Sabor da Gente não é feito só pelo Chef Wellington. Por trás, tem uma equipe igual a mim, que ama muito o que faz, e se dedica com muita força e vontade. Sem toda essa equipe de bastidores, da produção à técnica, esse programa não existiria”, conclui o chef e apresentador.