O inverno foi embora e "Game of Thrones" levou com ele o Emmy 2019 na categoria drama, mas o grande destaque da premiação celebrada na noite de domingo em Los Angeles foi a série de comédia britânica "Fleabag".
Ao contrário da série criada por Phoebe Waller-Bridge, que também venceu como melhor atriz de comédia e melhor roteiro, o triunfo de "Game of Thrones" era previsto, apesar da irritação de vários fãs com o final da produção.
A fantasia épica e violenta da HBO venceu 12 prêmios em sua oitava e última temporada, 10 deles em categorias técnicas, entregues na semana passada.
Além da vitória da categoria drama, a produção também rendeu o prêmio de ator coadjuvante para Peter Dinklage.
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"Eu me considero tão afortunado por integrar uma comunidade que nada mais é do que tolerância e diversidade... porque em nenhum outro lugar eu poderia estar em um palco como este", declarou Dinklage ao receber a distinção.
"GOT" já ganhou 12 estatuetas, um recorde para um programa dramático na mesma edição, em duas outras ocasiões. Ao todo, levou 59 estatuetas do Emmy em oito temporadas.
A premiação deste ano fez história com Billy Porter, o primeiro ator negro abertamente gay a vencer um Emmy de melhor ator por uma série dramática ("Pose").
"Como artistas, somos nós que conseguiram mudar a estrutura molecular dos corações e mentes das pessoas que vivem neste planeta", afirmou ao receber seu prêmio.
"Ozark" teve duas vitórias: Jason Bateman como diretor e Julia Garner, que estava competindo como atriz coadjuvante contra quatro membros do elenco de "GOT".
A melhor atriz de drama foi a britânica Jodie Comer, por "Killing Eve", outra série roteirizada por Phoebe Waller-Bridge.
Suja, pervertida e enfadada
A HBO falhou por pouco em sua busca pela trifeta melhor drama-comédia-minissérie.
Venceu com "Game of Thrones" e "Chernobyl", que narra o desastre nuclear soviético em 1986.
Mas ficou de fora da comédia com sua sátira política "Veep", que foi derrotada por "Fleabag", da BBC America-Amazon e também terminou este ano.
"Fleabag" dominou a categoria comédia, ao triunfar como melhor série, atriz e roteiro (os dois prêmios para Waller-Bridge) e melhor direção.
"É realmente maravilhoso saber que uma mulher suja, pervertida e irritada pode chegar aos Emmys", declarou a atriz e roteirista britânica.
"The Marvelous Mrs. Maisel" venceu nas categorias coadjuvantes, com Tony Shalhoub e Alex Borstein, que também venceu no ano passado.
"Quero dedicar isso à força de uma mulher ... a todas as mulheres do elenco e da equipe, a minha mãe, a minha avó, que são imigrantes, sobreviventes do Holocausto", disse Borstein.
Bill Harder venceu como melhor ator de comédia por "Barry".
De luto
O jovem dominicano-americano Jharrel Jerome ganhou como melhor ator em uma minissérie por "When They See Us", a história verdadeira de cinco garotos acusados erroneamente de estuprar uma corretora no Central Park, uma produção da Netflix que também ganhou um prêmio de melhor filme para TV com "Black Mirror: Bandersnatch".
"Isso vale para os homens que conhecemos como os cinco inocentes", declarou Jerome, referindos-se aos cinco condenados na vida real que eram adolescentes em 1989.
A produção "Chernobyl" triunfou como melhor minissérie, roteiro e direção.
O melhor ator coadjuvante em minissérie foi para Ben Whishaw por "A very english Scandal" e Patricia Arquette, que venceu por "The Act".
Ela fez uma declaração emocionada após a morte de sua irmã transexual Alexis.
Michelle Williams ganhou como melhor atriz de minissérie por "Fosse Verdon".
"Agradecemos à FX e aos estúdios por me apoiarem e me pagarem de forma equitativa", disse a atriz, que em 2018 denunciou que Mark Wahlberg ganhou 1.500 vezes mais do que ela ganhou em "Todo o dinheiro do mundo" e, neste ano, pediu ao Congresso dos Estados Unidos que aprovasse uma lei que promova a igualdade entre homens e mulheres.
Veja os vencedores do Emmy 2019:
- Melhor série dramática: "Game of Thrones"
- Melhor comédia: "Fleabag"
- Melhor ator de drama: Billy Porter, "Pose"
- Melhor atriz drama: Jodie Comer, "Killing Eve"
- Melhor ator de comédia: Bill Hader, "Barry"
- Melhor atriz de comédia: Phoebe Waller-Bridge, "Fleabag"
- Melhor ator coadjuvante de drama: Peter Dinklage, "Game of Thrones"
- Melhor atriz coadjuvante de drama: Julia Garner, "Ozark"
- Melhor ator de comédia: Tony Shalhoub, "The Marvelous Mrs. Maisel"
- Melhor atriz de comédia: Alex Borstein, "The Marvelous Mrs. Maisel"
- Melhor minissérie: "Chernobyl"
- Melhor filme para TV: "Black Mirror: Bandersnatch"
- Melhor ator de minissérie ou filme para TV: Jharrel Jerome, "When They See Us"
- Melhor atriz de minissérie ou filme para TV: Michelle Williams, "Fosse/Verdon"
- Melhor ator coadjuvante de minissérie ou filme para TV: Ben Whishaw, "A Very English Scandal"
- Melhor atriz coadjuvante de minissérie ou filme para TV: Patricia Arquette, "The Act"
- Melhor reality show: "RuPaul's Drag Race"
- Melhor programa de esquetes e variedades: "Saturday Night Live"