Os 110 anos de Carlos Drummond de Andrade (1902/1987) devem monopolizar todas as atenções em 2012. O autor será o homenageado da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), em julho. Em março, a Companhia das Letras inicia a reedição de sua obra completa, num projeto semelhante ao realizado com Jorge Amado e Lygia Fagundes Telles. Os primeiros títulos a retornar às livrarias são A rosa do povo, Claro enigma, Contos de aprendiz e Fala, amendoeira. Mas a Cosac Naify sai na dianteira das homenagens, com o inédito Poesia traduzida, reunindo pela primeira vez as traduções feitas pelo escritor mineiro, publicadas em jornais e revistas a partir do francês, do espanhol e do inglês. São versões de nomes como Dorothy Parker, Bertold Brecht, Paul Éluard e Guillaume Apollinaire.
Um livro reunindo a poesia traduzida de Drummond vem sendo anunciado, mas sempre adiado, desde a década de 1950. Em 1955, o jornal carioca Tribuna da Imprensa trazia a notícia: “A Livraria José Olympio vai editar as traduções de poemas estrangeiros feitas por Manuel Bandeira, objeto de um lançamento há quase dez anos, sob o título de Poemas traduzidos. Manuel Bandeira anda atrás de um novo título, e aceita sugestões. A mesma livraria anuncia também os poemas traduzidos de Carlos Drummond de Andrade, intitulados Poesia errante”. Em 1951, para a primeira edição de Claro enigma, uma menção à obra já era feita: “Poesia errante (traduções). No prelo”.