LITERATURA

Fátima Quintas vai atrás dos mecanismos da subjetividade

Escritora pernambucana lança Espelho duplo, com 22 contos com narrativas psicológicas e emotivas

Diogo Guedes
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Diogo Guedes
Publicado em 27/12/2011 às 6:03
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O ano de 2012 promete ser bom para a escritora e antropóloga Fátima Quintas. Depois de ser eleita por aclamação para a presidência da Academia Pernambucana de Letras (APL), a pernambucana lança agora o seu novo livro de contos, Espelho duplo (R$ 30, 201 páginas). Editado pela Bagaço, o volume traz 22 textos da autora voltados para desvendar as narrativas íntimas da mente.

Em linguagem rebuscada e precisa, a autora traz para a obra seu olhar pessoal sobre o mundo. Como se buscasse entender os mecanismos da subjetividade, ela mostra no livro narradores que observam ao mesmo tempo em que se põem no papel de observados. Assim, mesmo o que é externo e objetivo passa pelo filtro confessional dos personagens ou da autora.

A obra começou a ser escrita, de forma esporádica, há cerca de dois anos. Segundo a autora, o livro traz em todas as suas histórias a busca do sentido da existência, a vontade de entender os sentimentos humanos. "Esses contos refletem muito o meu íntimo. Tenho uma certa tendência a buscar dentro de mim a resposta ao que me preocupa”, explica Fátima Quintas.

As narrativas, aparentemente comuns e cotidianas, trazem a densidade psicológica que permeia toda a obra da escritora. O título, retirado de um dos contos da edição, evidencia que Fátima Quintas não apenas se revela naqueles textos, mas que também busca mostrar neles o reflexo dos rostos e, claro, da mente dos leitores.

"A proposta do livro é muito ligada ao meu temperamento, à minha visão do mundo”, revela a autora. "Eu vejo sempre a ficção – e sei que é uma defesa polêmica – como um trabalho autobiográfico. Tudo que eu escrevo tem um tom confessional”. Para ela, o papel do escritor não é o de descrever a realidade, mas sim o de transfigurá-la. Nesse ponto, diz concordar com a frase de Clarice Lispector: “Tem gente que cose pra fora, eu coso pra dentro”.

Leia a matéria completa no Jornal do Commercio desta terça-feira (27/12)

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