Cangaço

Frederico Pernambucano de Mello lança biografia de Benjamin Abrahão

Por anos Benjamin esteve como coadjuvante nas histórias e lembranças do universo do cangaço brasileiro. Livro é lançado nesta quinta (13), na Livraria Cultura

Mateus Araújo
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Mateus Araújo
Publicado em 13/12/2012 às 6:04
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Uma figura ambígua e ousada. Por muito tempo, o libanês Benjamin Abrahão (1901-1938) esteve como coadjuvante nas histórias e lembranças do universo do cangaço brasileiro, embora tenha papel fundamental para o registro desse período de violência e luta que marcou o Nordeste do País. Agora, sua vida é apresentada de forma ampla, mostrando sua influência na história nacional.

A biografia deste homem imigrante que foi secretário do padre Cícero Romão e conseguiu fotografar e filmar a intimidade do bando de Lampião é recontada no livro Benjamin Abrahão: Entre anjos e cangaceiros (Escrituras Editora, 352 páginas, R$ 45), de Frederico Pernambucano de Mello, cujo lançamento acontece nesta quinta (13), às 19h30, na Livraria Cultura do RioMar.

“Nas minhas pesquisas sobre o cangaço sempre me defrontei com um indivíduo importante para o arquivo visual daquela época. Benjamin registrou tudo em filme e fotos, mantidos nos arquivos da Cinemateca Brasileira, em São Paulo, aos quais eu tive acesso. Benjamin deu gesto, movimento e voz labial à história de Lampião”, explica Frederico, que há 40 anos se dedica ao estudo do assunto e foi responsável pelo argumento do filme Baile perfumado, de Lírio Ferreira e Paulo Caldas, sobre Benjamin.

Em Entre anjos e cangaceiros, ele reconta a vida de Benjamin a partir de arquivos pessoais dados pela família do libanês, como um bloco de anotações e as suas câmeras, além da análise do filme e das fotografias. A partir do filme, inclusive, foi feita a leitura labial do próprio chefe do cangaço.

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Lampião conversa com Benjamin Abrahão - Divulgação/Editor Escrituras
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Bando de Lampião fotografado por Benjamin Abrahão - Divulgação/Editor Escrituras
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Página do caderno de anotações de Benjamin Abrahão - Divulgação/Editor Escrituras
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Capa do livro "Benjamin Abrahão: Entre anjos e cangaceiros" - Divulgação/Editor Escrituras

 

Benjamin chegou ao Recife em 1915, fugido da Primeira Guerra Mundial e do alistamento militar obrigatório que amedrontava os jovens da Síria. Em Pernambuco, morou com os tios, donos de lojas de ferramentas, nas quais ele trabalhou como representante comercial.

Em uma das viagens ao interior, à cidade de Rio Branco (atual Arcoverde), ele conheceu um grupo de romeiros que seguia em destino ao Cariri, terra do padre Cícero. A identificação com as referências de Jerusalém despertou interesse no libanês, que depois passou a ser o secretário do famoso padre do interior cearense, em 1917.

Foi quando assessorava padre Cícero que Benjamin teve o primeiro contato com Lampião. O cangaceiro foi ao Ceará oferecer ajuda ao religioso e ao povo do local na luta contra a Coluna Prestes. Em 1936, ele passou a acompanhar o bando e conseguiu fotografar e filmar o dia a dia deles, revelando o lado manso de Lampião, homem valente e violento.

Leia a matéria completa no Caderno C desta quinta (13).

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