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Livros feitos exclusivamente para o Instagram

A Lorota, empresa de duas pernambucanas, criou uma forma de contar histórias infantis pela rede social de fotos

Do JC Online
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Do JC Online
Publicado em 06/04/2014 às 5:32
Foto: Pio Figueiroa
A Lorota, empresa de duas pernambucanas, criou uma forma de contar histórias infantis pela rede social de fotos - FOTO: Foto: Pio Figueiroa
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O papel já foi subvertido de todas as formas nos livros impressos, e é justamente esse um dos elementos mais interessantes da arte: saber, em meio ao processo de narrar, brincar com aquilo que a engloba. Em tempos de obras digitais, as possibilidades são inúmeras, desde as narrativas em tweets até os aplicativos para tablets e celulares. Nesse caminho, duas pernambucanas acharam a própria forma de contar suas histórias para crianças através das imagens no Instagram, principal rede social de fotografias da atualidade.

Ao criarem juntas um livro na oficina de ilustração infantil de Odilon Moraes e Fernando Vilela, a ilustradora Juliana Calheiros e a designer Karen Zlochevsky perceberam que não queriam perder a história, ainda que não houvesse perspectiva de vê-la publicada em livro. Como era antigo o desejo de criar uma conta no Instagram para a empresa das duas, a Lorota, criada em 2009 em São Paulo, decidiram unir as duas questões e levar a narrativa para o perfil na rede (o @lorota). Assim, tanto o texto quanto as ilustrações de O gato amarelo precisaram ser adaptados para “brincar” com o próprio formato das páginas do Instagram, criando desenhos que são feitos de quatro ou seis fotos, se apropriando das particularidades, limitações e possibilidades da rede social.

Desde então, a dupla já publicou outros dois livros no perfil, em parceria com os também pernambucanos Mariana Lacerda e Júlio Cavani. Lobo azul, narrativa da cineasta Mariana, ilustrada e diagramada por elas, era originalmente uma história interativa para uma revista para iPads que não vingou. Mais uma vez surgiu a oportunidade de recriar o livro no Instagram. Depois de ouvir falar sobre o projeto, o cineasta e jornalista Júlio Cavani também mandou uma narrativa, O coelho e o leão, que foi ilustrada já para a rede social e foi publicada no final de março. Todas podem ser acessadas gratuitamente.

“A ideia veio dessa tentativa de brincar com o ‘grid’ (estrutura que determina a posição dos elementos na página) do Instagram, para mostrar as fotos dialogando umas com as outras”, conta Juliana. Segundo ela, a história assume um formato próprio quando é pensada para a rede social, com imagens, texto e até um ritmo específico. Tanto que é necessário abrir o perfil da Lorota em um smartphone para ver as narrativas exatamente como elas foram imaginadas.

O trabalho é meticuloso em todas as etapas. “Para colocar no ar uma história, sempre testamos como ela fica em uma outra conta e mostramos a alguns amigos. No Instagram, se você errar algo, não dá para consertar depois”, aponta Juliana. “A gente também disponibiliza os livros de madrugada ou de manhã bem cedo, para não atrapalhar muitas pessoas que ficam online durante o dia com uma série muito grande de fotos.”

Confira aqui as histórias da Lorota (melhor visualizadas em smartphones e tablets).

Leia a matéria completa na edição de domingo (6/4) do Jornal do Commercio

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