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Crianças também podem aprender com a literatura nonsense

"O livro do contra", do autor alemão Atak, faz uso de imagens ilógicas para estimular o imaginário infantil

Karolina Pacheco
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Karolina Pacheco
Publicado em 12/10/2014 às 9:32
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Um urso polar morador de uma floresta tropical. Bombeiros que “apagam” a água com o fogo. Ratos caçadores de gato. Elefantes e leões adestram os domadores no picadeiro de um circo. Temas como estes, aparentemente ilógicos, são motes para as ilustrações presentes n’O livro do contra (Companhia das Letrinhas, 40 páginas, R$ 40), do alemão Atak. Na contracapa, um aviso: “Quanta barbaridade! Mas, cada vez que descobrir uma mentira da boa, vai aprender como é o mundo de verdade.”

A literatura infantil nonsense não é, religiosamente, didática e moralizante. No entanto, é na cabeça fresca da infância onde está o terreno fértil para a descoberta do prazer e desenvolvimento, nutrido pela fantasia. Não por acaso, Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carrol, tornou-se um clássico. Do absurdo enigmático vivido pela menina que cai numa toca de coelho, nascem as mais variadas interpretações e respostas para as questões existenciais.

Por trazer à tona imagens-disparate, sem sequer dar explicações, um adulto centrado pode até torcer o nariz para O livro do contra. Afinal, o mundo moderno é repetidamente prático e objetivo. Todavia, as indagações que surgem a partir destas figuras insensatas estimulam narrativas verbais já presentes no imaginário infantil. 

“A nossa mais elevada tarefa deve ser a de formar seres humanos livres que sejam capazes de, por si mesmos, encontrar propósito e direção para suas vidas”, justificou Rudolf Steiner, fundador da Pedagogia Waldorf, prática educacional que, ao incentivar a imaginação e a criatividade, conduz os alunos a um pensamento livre e autônomo.

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