FICÇÃO POLICIAL

Morre a escritora britânica P.D. James

Um dos principais nomes das narrativas de mistério na atualidade, a autora tinha 94 anos

AFP
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Publicado em 27/11/2014 às 14:04
Foto: Jerry Bauer / Divulgação
Um dos principais nomes das narrativas de mistério na atualidade, a autora tinha 94 anos - FOTO: Foto: Jerry Bauer / Divulgação
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A escritora britânica de romances de ficção policial P.D.James morreu nesta quinta-feira, aos 94 anos, em sua casa em Oxford, anunciou sua editora.

"Com grande tristeza, a família da escritora P.D. James, baronesa James de Holland Park (...), anuncia que ela morreu em paz em sua casa de Oxford", afirma o comunicado da Faber & Faber.

P.D. James foi autora de vinte obras, muitas protagonizadas pelo detetive e poeta Adam Dalgliesh.  A maioria das histórias foi adaptada para o cinema e a televisão. Uma de suas obras mais famosas, Children of men, foi levada ao cinema como Filhos da esperança pelo diretor mexicano Alfonso Cuarón e protagonizada por Julianne Moore e Clive Owen.

Sua última obra foi Death comes to Pemberley, publicada em 2011 e que se transformou em uma série da BBC. A trama dá prosseguimento ao clássico Orgulho e preconceito, de Jane Austen. Em 2000, ela celebrou seus 80 anos com a publicação de sua autobiografia "Time to Be in Earnest".

Phyllis Dorothy James nasceu em Oxford em 3 de agosto de 1920 e passou três décadas desempenhando várias atividades, parte delas no Departamento de Polícia do Ministério do Interior.

Aos 42 anos, relativamente tarde, lançou seu primeiro romance, A chantagista (Cover her face), cuja adaptação para o rádio teve a participação do ator Hugh Grant fazendo a voz do detetive Dalgliesh.

Em 1991, recebeu o título de baronesa. Entre seus prêmios literários está o Pepe Carvalho, que leva o nome do detetive criado pelo escritor espanhol Manuel Vázquez Montalbán, concedido pela cidade de Barcelona em 2008. James escreveu em várias ocasiões sobre sua técnica literária e a origem de sua preferência pela ficção policial e de mistério, como em 2004, em um artigo publicado pelo jornal The Guardian.

"Comecei a contar histórias muito cedo, certamente antes de fazer dez anos. Minha irmã menor, meu irmão e eu dormíamos em um grande quarto. À noite, eles esperavam que eu contasse histórias até que não pudesse mais ou eles dormissem", contou na ocasião.

"Acho que soube que seria escritora tão logo aprendi a ler", acrescentou James, recorrendo a outro escritor inglês para explicar sua visão da trama de um romance. "E. M. Forster escreveu: 'o rei morreu e depois morreu a rainha', é uma história. 'O rei morreu e depois a rainha morreu de pena', é uma trama. 'A rainha morreu e ninguém soube de que até que descobriram que foi de pena', é um mistério - algo que pode ser desenvolvido. E a isso eu acrescentaria: 'a rainha morreu e todo mundo achou que era de pena até que descobriram um ferimento incisivo em sua garganta', é uma trama criminal, e, a meu ver, também permite um grande desenvolvimento", concluiu.

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