O repórter Arthur Veríssimo é um dos raros nomes do jornalismo nacional que incorpora com orgulho os preceitos do jornalismo gonzo – sim, aquele em que a matéria é feita através da imersão completa da pessoa no tema retratado. Sempre de um ponto de vista pessoal e intransferível, o autor carioca radicado em São Paulo narra aventuras inusitadas, da “Copa do mundo da Maconha”, na Holanda, até os campos clandestinos de armas no Camboja. Essas histórias, vividas ao redor do mundo e por todo Brasil, estão reunidas no livro Gonzo! (Realejo Livros), que é lançado neste sábado (7/2) no Recife, a partir das 17h, na Livraria Cultura do RioMar Shopping.
O volume conta com 30 reportagens feitas entre 1980 e 2013. Arthur tenta sempre olhar as temáticas – sexuais, sociais, comportamentais, políticas – por pontos de vista inusitados. Uma das matérias, por exemplo, aborda o festival Kanamara Matsuri, mais conhecido como Festival da Piroca Cor-de-rosa, que celebra a fertilidade com estátuas e doces sexuais. E nas fotos, o leitor pode ver o jornalista vestido de mulher diante de um pênis gigante (e cercado por uma multidão irreverente).
As descrições dos textos são suficientes para despertar interesse. “O repórter corpo-fechado visita o Haiti, um dos países mais pobres do mundo e a terra dos mortos-vivos, para desvendar uma das mais enigmáticas religiões do planeta: o vudu” ou “Em sua busca por novidades sexuais, o repórter excepcional viaja aos templos eróticos de Khajuraho, na Índia, aprende a posição de rachar o bambu, surpreende-se com seu falo ereto enquanto apalpa estátuas e se junta às oferendas a monges pelados”. Xico Sá afirma, na contracapa da obra: “Ler as aventuras do repórter Arthur Veríssimo é escancarar, a cada passo da narrativa alucinante, as portas da percepção”.