"Sou um homem idiossincrático e idiossincrasias não se explicam." A frase é do recluso escritor Rubem Fonseca, 90, que fez sua primeira aparição pública no Brasil em anos na noite desta quinta-feira (17) na Academia Brasileira de Letras.
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O depoimento foi dado por Fonseca enquanto ele falava sobre o fato de nunca ter se candidatado à ABL. Na sequência, ele completou a resposta parafraseando Drummond: "é só meu jeito de ser".
O escritor foi à ABL para receber o Prêmio Machado de Assis, a principal honra da instituição centenária, no valor de R$ 100 mil.
Ele costuma aceitar convites para eventos literários no exterior, mas recusa os brasileiros. Há meia década não fala com jornalistas e na noite de quinta não foi diferente.
Abordado pela reportagem, olhou em volta como se buscasse ajuda e foi prontamente socorrido pelo genro, Pedro Corrêa do Lago, que disse, sorridente, que o autor não concede entrevistas.
"Agradeço a presença de vocês", concluiu Fonseca, sucinto.
O escritor foi mais falante durante o discurso que fez ao receber o diploma do prêmio. Em tom prosaico, falou por pouco menos de dez minutos sobre sua história com a literatura.
Informal, se recusou a subir no púlpito, optando por fazer seu discurso do palco.
Ao final da cerimônia, passou cerca de 20 minutos posando para fotógrafo da ABL e fez selfies. Entre os fãs que tiraram fotos com o escritor estavam imortais da ABL, os donos da casa - Ferreira Gullar e Zuenir Ventura.