Depois de dois anos de preparativos para compor a sua estrutura e programação, a Bienal Internacional do Livro de Pernambuco, em sua 10ª edição abre suas portas nesta sexta (2/10)para receber o público de todo o Estado a partir das 10h. Em um ano de cortes no setor cultural, o evento tem um tema propício, o da Literatura, Resistência e Transformação, mote para se falar tanto da possibilidade de reinvenção na escrita como de assuntos mais políticos.
A atração principal da abertura é a conversa com o escritor cubano Leonardo Padura a partir das 19h. Autor policial celebrado em todo mundo, ele vem por aqui revelar suas ideias sobre o gênero e também apresentar seu novo livro, Hereges (Boitempo). A obra, não por acaso, é uma história de resistência e de enfrentamento de dogmas a partir da vida de três personagens espalhados na história, unidos pela misteriosa passagem de um quadro de Rembrandt por Cuba nos braços de uma família judia.
Ao longo de 11 dias – a programação se estende até o dia 12 de outubro – o evento vai reunir mesas, lançamentos e oficinas. São mais de 90 estandes reunindo lojas, pontos de alimentação e editoras, entre as quais a Aleph, a Global, a Cepe, a Abril, a Edusp, a UFPE e a Fundaj. O orçamento total, captado ao longo de dois anos pela Cia de Eventos, é de cerca de R$ 2,5 milhões.
Neste primeiro final de semana, a programação do Café Paulo Freire e do Ascenso Café traz bons debates. No sábado, passam pela Bienal o psicanalista e escritor Contardo Calligaris, a crítica suíça radicada no Brasil Jeanne Marie Gagnebin e o escritor paraense Edyr Augusto, além de uma mesa de glosa.
O domingo reserva espaço para dois dos três nomes celebrados pelo evento neste ano. A escritora Luzilá Gonçalves Ferreira participa de uma mesa sobre sua obra e vida a partir das 17h, em conversa com Alexandre Furtado. Um pouco mais cedo, às 16h, o poeta pernambucano Ascenso Ferreira recebe uma homenagem musical, comandada por Isaar França e Maciel Salu, para lembrar os 120 anos do seu nascimento e 50 de sua morte. Durante a semana, na quarta, o poeta Miró da Muribeca estará no evento, recitando versos do livro aDeus (Mariposa Cartonera) após a palestra da professora Regina Dalcastagnè, que pesquisa a representação de mulheres e minorias na literatura brasileira contemporânea.
Em todos os dias, a Bienal ainda conta com espaço infantil, a Bienalzinha, e programações paralelas – o portal Interpoética, Secretaria Estadual de Cultura, a Cepe Editora e a Editora da UFPE têm mesas e lançamentos ao longo dos 11 dias do evento. O acesso ao evento é gratuito.
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