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O Pequeno Príncipe ganha versão em cordel

A história de Saint-Exupery foi reescrita por Josué Limeira e ilustrada por Vladimir Barros com traços nordestinos

Do JC Online
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Publicado em 03/10/2015 às 5:38
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A história de Saint-Exupery foi reescrita por Josué Limeira e ilustrada por Vladimir Barros com traços nordestinos - FOTO: Reprodução
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A história é basicamente a mesma: o famoso e querido Pequeno Príncipe ainda é louro com os olhos claros, mas tem lá suas singularidades, como a pele morena e a roupa que remete ao maracatu e ao cangaço. Os cenários da história são mais áridos, os pássaros são asas brancas e o famoso rei é inspirado nos tradicionais monarcas dos reisados. Uma particularidade, no entanto, é que explica todas essa mudanças no universo clássico e poético criado pelo escritor e aviador Antoine de Saint-Exupéry: o fato de ser contado em versos, como uma boa história de cordel.

A ideia para criar O Pequeno Príncipe em Cordel (Carpe Diem), que será lançado na próxima quarta, às 19h, no hall do Paço Alfândega, nasceu há dois anos, a partir do cordelista Josué Limeira. Já experiente no mundo dos cordéis, ele tentou, primeiro, adaptar para versos o início do livro. Quando viu que funcionava, partiu para o desafio de transformar – com a maior fidelidade possível – a narrativa de Exupéry em um novo formato.

Além disso, o livro conta também com outros traços e cores. Parceiro de Josué na empreitada, o ilustrador e designer deste JC, Vladimir Barros ajudou a criar um Pequeno Príncipe cheio de toques da cultura e da vida nordestinas. “Eu e Vladimir tivemos uma parceria anterior, um cordel que fiz sobre Luiz Gonzaga para o JC, também ilustrado por ele. Neste projeto de agora, ele parece que colocou tudo que tinha dentro dele nos desenhos”, conta Josué.

“Quando peguei os versos, comecei a pensar nas imagens. Trabalhei com o universo da xilogravura e do cordel, mas não queria usar, por exemplo, as cores muitos vivas de J. Borges. Quis que o livro tivesse uma alma regional, com tons quentes, mas não tão vibrantes”, explica Vladimir. Além disso, o designer usou sua paixão pela cultura pernambucana como elemento criativo, incluindo asas brancas, elementos do reisado e do maracatu e até a flor do mandacaru como representação da flor no deserto. O personagem Vaidoso, por exemplo, ainda virou a nossa famosa calunga, o Homem da Meia-Noite, figura mais elegante do Carnaval.

ADAPTAÇÃO

Josué ficou emocionado quando viu a obra, fruto de uma ideia casual e muito esforço, virar livro. “A gente conseguiu trazer Exupéry para o nosso quintal. Foi uma grande responsabilidade transpor isso, mas mantivemos a filosofia e poesia que ele botou no livro”, comenta o autor, que ainda organizou uma contação de história no lançamento desta quarta. “É uma homenagem que Pernambuco e o Nordeste fazem a esse aviador e escritor fantástico. Exupéry é um pouco o Pequeno Príncipe que ele mesmo criou, alguém que até continua a iluminar o céu.”

A obra, além do lançamento na quarta, também será distribuída pelo Jornal do Commercio, em preço promocional, dentro do projeto Biblioteca JC – R$ 29,90 para assinantes e R$ 32,90 para não assinantes, com a possibilidade de se comprar por telefone ou pela internet (www.assinejc.com.br/BibliotecaJC). Na sexta, os autores ainda fazem uma tarde de autógrafos, no estande do JC no RioMar.

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