LIVRO

Samuca e Ricardo Melo lançam livro de cartuns e haicai neste sábado

Cartunista e jornalista criaram humor em doses poéticas

JC Online
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Publicado em 12/08/2017 às 15:00
Foto: Andréa Rêgo Barros/ Divulgação
Cartunista e jornalista criaram humor em doses poéticas - FOTO: Foto: Andréa Rêgo Barros/ Divulgação
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O cotidiano sob uma língua afiada. Assuntos que fazem parte de dilemas inerentes à condição humana vistos sob a ótica do humor são universais. É assim que, há 15 anos, os amigos Ricardo Mello e Samuca, jornalista e cartunista, respectivamente, criarem obras literárias com inspiração no haicai – forma sucinta e sugestiva de poesia japonesa, no qual o texto diz tudo em apenas três versos e que, a rigor, não tem título. Ou seja, em poucas palavras e traços, que dialogam entre si com humor e poesia. A dupla lança neste sábado, às 18h, o quarto volume da série Hai Kados, no Boteco Porto Ferreiro, nas Graças, Zona Norte do Recife.

Em entrevista à TV JC, nesta sexta-feira (11), os dois contaram como foi o processo de criação do novo volume do livro, que reúne a poesia de Ricardo e o traço de Samuca. “É um grande exercício de concisão para o ilustrador traduzir em imagem uma mensagem em poucas palavras como é o haicai”, diz Ricardo. O nome do livro, explicam, é uma brincadeira com a intenção de mandar “recados” através dos temas abordados em cada página, refletindo e criticando, sem perder a verve, as atitudes vistas no dia a dia. “Ricardo retrata em palavras e eu tento transformar as palavras em imagens. Tudo o que se fala, a vida falada, você pensa em algo. Então eu brinco com essas palavras com o cartum”, afirma Samuca.

O livro

Num das páginas, Samuca desenha um homem lendo um discurso escrito em folha de papel higiênico para o texto certeiro de Ricardo, intitulado Falso: “Ensaia discurso em craque/ Pensa que ninguém percebe/ Que é sucesso de araque”. Um outro, mais filosófico: “Verdade – Inspirar-se no Pinóquio/ É meio caminho andado/ Para findar no solilóquio”. Mais um: Na mão: Repare bem se não é:/ Quase nenhum aperreiro/ Sobrevive a um cafuné.

Por não ter personagens factuais, a obra da dupla tem caráter atemporal, afinal, lidam com comportamentos, atitudes, valores e emoções comuns a cada um de nós. “A arrogância, a petulância, a desesperança, o individualismo e o materialismo nos servem de temas. O que a gente observa no mundo em que vivemos, esse encontro de expressões nos ajuda a olhar para tudo isso de uma forma diferente”, acredita Ricardo Mello.

Serviço: Lançamento do livro Hai Kados. Neste sáado (12), às 18h, no Boteco Porto Ferreiro. Avenida Rui Barbosa, nº 458, Graças

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