CALÇADOS

Manolo Blahnik elege Raquel Welch e Bardot como donas dos pés mais bonitos

O estilista de sapatos ainda lamentou que as estrelas de hoje não sejam como as do passado

Da AFP
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Publicado em 03/02/2016 às 17:37
Jamie McCarthy/AFP
O estilista de sapatos ainda lamentou que as estrelas de hoje não sejam como as do passado - FOTO: Jamie McCarthy/AFP
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O estilista de sapatos espanhol Manolo Blahnik acredita que as atrizes Raquel Welch e Brigitte Bardot tinham os pés mais bonitos e lamenta que as estrelas de hoje não sejam como as do passado, disse em entrevista à AFP em Londres.

Blahnik inaugurou nesta terça-feira sua segunda loja em Londres, onde há mais de 40 anos, no bairro Chelsea, abriu seu primeiro estabelecimento.

Desde então, seus sapatos femininos, verdadeiros artigos de luxo que podem superar os 1.000 dólares o par, se transformaram os mais cobiçados e famosos, graças em parte à popularidade despertada pela série de TV "Sex and the City", cujas protagonistas, uma colunista de Nova York e suas amigas, fazem loucuras por eles.

Quando perguntado sobre que mulher tinha os pés mais magníficos que ele já viu, responde sem hesitar: "Raquel Welch. Seus pés eram magníficos, verdadeiramente divinos. Brigitte Bardot também tinha pés bonitos. Não gosto dessas meninas novas, algumas são bonitas, mas não são aquelas estrelas do passado que eram tão sexy em sapatos baixos".

A generalização do calçado esportivo de hoje não agrada Blahnik, um homem que se expressa com grandes gestos: "podem destroçar os pés". "Mas eles dizem isso de todos os calçados, que destroem os pés das mulheres! Isso é um absurdo!".

O estilista nasceu em 7 de novembro de 1942 em Santa Cruz de la Palma, nas ilhas Canárias (sudoeste da Espanha), Blahnik é filho de um tcheco e uma espanhola e cresceu em uma plantação de bananas de sua mãe.

Seus pais queriam que fosse diplomata, mas acabou fazendo desenho de moda, inspirado por Diana Vreeland, então editora da edição americana da revista Vogue.

Ele e sua empresa resistem ao assédio das grandes companhias de luxo, e hoje tem 8 lojas - em Hong Kong, Dubai, Moscou, Madri, Londres e Nova York -, e seus sapatos são vendidos em outras grandes multimarcas do mundo.

"Serei independente até minha morte. Porque amo a liberdade, a liberdade de qualquer tipo. As pessoas passam o dia dizendo o que você deve fazer. Eu não posso trabalhar assim. Demorou muito tempo para que eu vivesse segundo minhas condições", explica.

Documentário e exposição no Hermitage - Sua nova loja é em Burlington Arcade, uma área comercial de 1819 na parte de Piccadilly Street que mais se parece com a vizinha Old Bond Street, onde o ponto alto é o refinamento e os preços astronômicos.

Apesar disso, Blahnik não se importaria em desenhar uma coleção para H&M, Topshop ou qualquer uma dessa cadeias que dominam as ruas próximas como Oxford Stret e Regent Street, cuja produto é muito diferente do que se associa ao designer espanhol.

"Se me dão liberdade e não impõem condições faria, com muito prazer. Gosto que meus sapatos sejam vistos por aí. Não falo de imitações, como as da China, e sim dos sapatos de verdade", explica.

Blahnik enfrente meses intensos com a estreia de um documentário sobre ele no Festival de Veneza, em setembro, e uma exposição que apresentará mais de 500 de seus desenhos.

"A exposição vai viajar para os lugares na Europa que eu quiser. Irá para a Espanha, mas antes estará em Veneza, porque trabalhei ali vários anos e é a cidade que mais gosto. Irá também para Praga, que adoro, porque é a cidade onde meu pai nasceu. E depois para São Petersburgo, uma das minhas cidades favoritas na Europa. Estará no museu Hermitage, acredita? É um grande privilégio e não entendo o motivo, porque apesar de tudo eu faço apenas sapatos".

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