RIO MODA RIO 2016

Xuxa e manifesto contra a homofobia marcam abertura do Rio Moda Rio

Desfile-show foi idealizado pelo diretor de arte Gringo Cardia para celebrar quatro marcas cariocas famosas dos anos 1980

Giovana Romani/Estadão Conteúdo
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Publicado em 15/06/2016 às 13:22
Instagram de Xuxa Meneghel/Reprodução
Desfile-show foi idealizado pelo diretor de arte Gringo Cardia para celebrar quatro marcas cariocas famosas dos anos 1980 - FOTO: Instagram de Xuxa Meneghel/Reprodução
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Teve clima de anos 1980 o desfile de abertura do Rio Moda Rio, nova semana de moda carioca que começou nesta terça-feira (14/6). A começar pela música que deu início à apresentação: Monte Castelo, lançada pelo Legião Urbana em 1989, cujos versos bíblicos dizem "Sem amor eu nada seria".

Ao som da canção, um telão de 30 metros de comprimento, montado em um armazém no Píer Mauá, mo centro do Rio, exibia frases contra a homofobia e os dizeres "Somos Todos Orlando", lembrando o ataque ocorrido na boate Pulse, na cidade americana de Orlando, no sábado (11/6).

O desfile-show teve início na sequência. Idealizada pelo diretor de arte Gringo Cardia, a apresentação homenageou quatro grifes badaladas nos anos 1980 que nasceram no Rio de Janeiro e marcaram época. Grande destaque da noite, a apresentadora Xuxa entrou no túnel do tempo e surgiu na passarela quase irreconhecível, com cabelos loiros armados, jeans largo e rasgado de cintura baixa, top transparente e suas indefectíveis botas brancas.

Tudo para lembrar a marca Yes, Brazil, conhecida pelas roupas escandalosas e coloridas, para a qual a apresentadora desfilou várias vezes no início da carreira. Cheia de caras e bocas, Xuxa esbanjou bom humor.

 

 


Contemporânea na carreira de top model quase trinta anos atrás, a hoje atriz Silvia Pfeifer mostrou que elegância é atemporal. Chique como de costume, ela apareceu na passarela durante a parte desfile que homenageou o estilista George Henri, belga radicado no Rio, morto em 1991, que ficou conhecido entre a clientela carioca pela modelagem impecável e os desfiles modernos dirigidos pela amiga Betty Lago.

Morta em setembro passado em decorrência de um câncer, a atriz também foi lembrada em fotos no telão durante a abertura da semana de moda.

As outras duas grifes reverenciadas na noite, Company e Maria Bonita, tinham propostas bem diferentes e ganharam representações também variadas no desfile.

Para lembrar a Company, de Mauro Taubman, que vendia a ideia do lifestyle praiano da cidade (todo mundo queria uma mochila deles na época), 50 pessoas, entre surfistas, skatistas e modelos sarados, invadiram a passarela com looks criados pelas marcas Farm e Foxton, herdeiras da identidade fashion despojada criada na época.

Já a apresentação da Maria Bonita, criada pela estilista Maria Cândida Sarmento em 1975, teve peças com um toque contemporâneo desfiladas por tops como Carol Ribeiro ao som de clássicos da Bossa Nova. Até sexta-feira (17/6), a nova semana de moda carioca terá apresentações de coleções de 14 grifes, como Osklen, Lenny Niemeyer, Patrícia Viera e Blue Man.

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