30 anos sem bob marley

Rei do Reggae morreu há três décadas, mas sua popularidade cresce ao redor do mundo

Superastro pop de talento genial, Bob foi também político e líder religioso

Do JC Online
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Publicado em 11/05/2011 às 6:00
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Superastro pop de talento genial, Bob foi também político e líder religioso - FOTO: NE10
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Há duas semanas, a Universal Music, mandou às lojas o álbum duplo Bob Marley and the Wailers live forever - september 23, 1980 - Stanley Theatre - Pittsburgh. PA. O lançamento, aproveita o gancho dos 30 anos da morte de Bob Marley, em 11 de maio de 1981. O concerto registrado neste disco é do derradeiro show da turnê Uprising. Marley sofria de câncer, constatado havia quatro anos. Dois dias antes do show, ele havia desmaiado. Os desmaios vinham acontecendo já havia algum tempo. Mesmo assim Bob Marley fez em Pittsburgh, um dos melhores show da turnê. Pode-se atribuir isto ao fervor à fé que professava o rastafarianismo.

Ele foi mais do que um superastro pop. Foi também um político, embora nunca tenha se ligado a partidos, e líder religioso. O talento é incontestável, sob qualquer aspecto. O mito Bob Marley equipara-se ao de John Lennon, Bob Dylan, e cresce a cada dia, com um alcance ainda maior, já que se dissemina e influencia os diversos segmentos da
sociedade, do surfista da Califórnia ao rastaman das favelas de Kingston.

O filho de uma negra jamaicana, com um branco inglês, nascido em 6 de fevereiro de 1945, Robert Nesta Marley começou cedo na música. Formou um trio com os amigos Peter Tosh e Bunny Livingstone, os Wailing Wailers, depois The Wailers. Os amigos eram talentosos, mas Marley era gênio. Livingstone e Tosh deixaram a banda quando ela passou a ser chamada de Bob Marley and the Wailers. Tornaram-se astros do reggae, e Bob Marley o primeiro superstar saído de um país do terceiro mundo.

Os primeiros discos na Island, gravadora de Chris Balckwell, um branco jamaicano, filho da aristocracia do país, foram bem recebidos fora da Jamaica. Mas ainda eram diamantes em estado bruto. Em 1976, com Rastaman vibration. Bob Marley deixou de ser exótico. Foi criticado pela adesão ao pop, mas não tinha mais volta, ele rumava para o estrelato internacional. neste mesmo ano, foi convidado para para abrir a turnê americana dos Rolling Stones, privilégio que faria muita gente vender a alma ao demo para ter. O empresário dos Wailers
recusou. Respondeu que grandes estrelas não abrem shows, são sempre artistas principais.

As mensagens políticas, sua liderança entre os moradores ds favelas jamaicanas fizeram de Marley uma ameaça. Em 1976, durante uma campanha para presidente do país, ele foi baleado, em casa. e passou um tempo na Europa, numa turnê que consolidou de vez por todas sua carreira. Em 1980, ele estava em seu melhor momento, no ápice da carreira, em transição para um novo estilo, mesclando funk, soul, reggae, pop, e lançaria seu disco mais elogiado Uprising.

Durante as gravações de Uprising, Bob Marley fez sua única visita ao Brasil. Meio a contragosto, serviu de garoto propaganda para a gravadora alemã Ariola,que iniciava atividades por aqui. Teve problemas para entrar no país. As autoridades no aeroporto de Manaus, cismaram com os jamaicanos, de cabeleiras e hábitos estranhos. Foram liberados, mas sem visto de trabalho. Do Brasil, o que mais Bob Marley gostou foi das peladas no famoso campo de futebol do sítio do cantor e compositor Chico Buarque.

Pouco menos de um ano mais tarde, ele estaria morto, incensando ainda mais o mito, que aumenta ano a ano. Hoje Bob Marley receberá homenagens mundo afora, merecidas e justas.

Leia matéria completa no Caderno C desta quarta-feira (11/5), no Jornal do Commercio.

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