Alvo de críticas por parte de ortodoxos do rock, do rap e da cultura popular, o reprocessamento de informações musicais produzidas por artistas e bandas pernambucanas nas últimas décadas tornou-se uma marca da cultura do Estado. Hoje à noite, no Mercado Eufrásio Barbosa, em Olinda, o público vai poder assistir ao resultado de mais uma leva de experimentações sonoras. Acompanhado pelo paulistano Skowa e o SKW Trio, o rapper Zé Brown lança seu primeiro CD solo, Repente rap repente – cujo título já entrega a ideia em questão. Também participam da festa os meninos da ONG Pé no Chão, o DJ carioca Marcelinho da Lua e outro “herege misturador”, DJ Dolores.
“Esse disco é o resultado das pesquisas que venho fazendo em torno da embolada, do coco e do repente, desde o fim dos anos 80”, explica Brown. Repente rap repente foi gravado em estúdios de São Paulo e Recife. A direção musical ficou a cargo de Janja Gomes e Skowa. O ator, radialista e multi-instrumentista já trabalhou com Jorge Benjor, Itamar Assumpção, Gang 90, Premeditando o Breque, Sossega Leão e Skowa e a Máfia. Desde 2002, integra o lendário Trio Mocotó. “Conheci Skowa em São Paulo no fim dos anos 90, quando fui tocar com o Faces do Subúrbio. Nosso empresário da época chamou ele e DJ Hum para participar da apresentação”, explica.
Ao longo de sua carreira, Zé Brown construiu pontes e fez amizade com artistas mais próximos da sua linha (MV Bill, Gog, KL Jay) e diversos de outros estilos musicais. De acordo com o músico, os rappers mais radicais de Pernambuco chegam a discriminá-lo por ele preferir tocar com banda ao vivo. “Acho maravilhoso tocar assim. É mais orgânico e gosto de sentir o som que os caras tiram dos seus instrumentos. E pode escrever aí que estou criando meu próprio estilo, o ‘rap de Zé Brown’”, provoca.
Leia a reportagem completa no Jornal do Commercio deste sábado (8).
