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Falta ousadia a Maria Gadú

Cantora se apresentou no Teatro da UFPE

AD Luna
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AD Luna
Publicado em 02/04/2012 às 6:01
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Depois de dois anos sem realizar shows de sua carreira solo no Recife, a cantora Maria Gadú se apresentou na cidade, no sábado à noite, com o show da turnê do seu segundo álbum de estúdio, Mais uma página. O Teatro da UFPE não chegou a lotar, mas contou com um excelente público.

Aliás, é curioso observar o perfil das pessoas que estavam no local para assistir ao concerto. Gente com idades que variavam entre 20 e 70 e poucos anos, vestida como se fosse a alguma festa de 15 anos, formatura ou outro evento formal do tipo. Muitos casais de idosos, jovens e uns poucos de garotas lésbicas que trocavam carinhos ainda no hall do teatro, sem demonstrar receio algum de serem fuziladas por olhares homofóbicos.

A artista se comunica pouco com o público. Isso parece acontecer não por esnobismo ou afetação, mas por timidez mesmo. Pra complicar, nas poucas vezes em que ela tentou conversar com a plateia tinha a voz encoberta por gritos de “gostosa”, “ai se eu te pego” e outros histerismos que em certa medida até soam engraçados, mas quando se tornam insistentes vão ganhando contornos de idiotismo.

No repertório músicas de sua autoria e de outros compositores. No bis, Maria Gadú apresentou cada um de seus parceiros de banda e deu espaço para que cada um deles realizasse pequenos solos. Esperto, o baterista Cesinha tocou amostras de ritmos pernambucanos (coco, maracatu e frevo) e fez o público vibrar. Para encerrar, Podres poderes, do padrinho musical de Gadú, Caetano Veloso. E, nada de Shimbalaiê.

Não há dúvida que Maria Gadú é uma boa cantora e passa honestidade no que se propõe a fazer. Mas, seria curioso vê-la encarnar um pouco da rebeldia de uma das figuras que a admira – a citada Cássia Eller, por exemplo. Quem sabe pular em cima das mulheres que ficam gritando seu nome o tempo inteiro, quebrar o violão no palco, falar uns palavrões, se agarrar com alguém da plateia ou da banda, esculhambar jornalista que tenta indicar o que ele poderia fazer na carreira... Algo do tipo.

Leia a matéria completa no Caderno C desta segunda (2).

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